quinta-feira, setembro 15, 2005

Miccoli

Champions League

No regresso da Liga dos Campeões ao Estádio da Luz sofri a bom sofrer. Nada a que o Benfica não me tenha já habituado. Porém, desta vez algo foi diferente. É óbvio que com o avolumar dos minutos e o final da partida a aproximar-se, a desconfiança em relação à obtenção da vitória aumentou na mesma proporção que em jogos anteriores. Mas o jogo com o Lille trouxe uma novidade: a crença na impossibilidade de vencer devia-se à falta de tempo e não às crónicas péssimas exibições do Benfica.

Era verdade! O Benfica estava mesmo a jogar bom futebol (não muito, mas bem mais que o normal) e os franceses pouco atacavam (ainda assim provocaram alguns sustos). O golo podia aparecer a qualquer altura. E porquê? Sobretudo porque o Benfica tinha finalmente em campo um avançado familiarizado com o conceito de "marcar golos".

E assim chegamos a Fabrizio Miccoli. Assim que, perto dos 10 minutos, o italiano executou, de primeira, aquele remate cruzado em vólei que embateu violentamente na barra, todos os 32.176 espectadores presentes na Luz perceberam imediatamente a sua dimensão futebolística, algo que o derby de Alvalade não esclarecera.

Miccoli estava a mostrar um domínio de bola fantástico, especialmente visível na recepção de passes longos; Miccoli estava a mostrar uma enorme facilidade de remate (bem que podia dar umas lições ao Nuno Gomes). Grande exibição, ninguém duvidava, à qual só faltava um golo, "o golo".

E eis que já nos descontos, Miccoli mostrou o que ninguém esperava: jogo aéreo. Há mérito no esforço do Nuno Gomes que conseguiu in extremis entregar ao Mantorras. Há mérito para o grande Mantorras (outra vez decisivo), que arrancou um cruzamento milimétrico, que eu dedico a todos aqueles que dizem que ele "só vê baliza" e que não tem utilidade. Mas o maior mérito tem mesmo de ser creditado a Fabrizio Miccoli, que se antecipou a um adversário com mais 14 cm, deixando a Luz em delírio como aquele cabeceamento perfeito. Foi o último a sair de campo, debaixo de uma ovação enorme.

"Mi Mi Miccoli, Mi Mi Miccoli". É este ano que o Levezinho vai ter alguém que lhe dê luta?

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