terça-feira, outubro 26, 2004

Man Utd 2 - 0 Arsenal: o fim da invencibilidade

Premier League. 10ª jornada. 24/10/2004

Ao fim de 49 jogos sem perder no campeonato inglês, o Arsenal foi finalmente derrotado. Perdeu em Old Trafford, frente ao Manchester United, provavelmente o último adversário com quem desejaria perder e provavelmente o adversário que mais queria quebrar essa série.

Man Utd
(Carroll; G.Neville, Ferdinand, Silvestre e Heinze; Ronaldo, P.Neville, Scholes e Giggs; Rooney e Van Nistelrooy)

O Man Utd jogou quase na máxima força. Apenas Keane ficou de fora, por não recuperar de uma constipação. Foi substituído por Phil Neville, depois de já terem sido testados naquela posição O'Shea, Kléberson, Fletcher, Djemba-Djemba e Miller. A sucessão do temperamental capitão irlandês parece ainda não estar devidamente solucionada.

Rio Ferdinand foi o capitão. São pormenores como este que reflectem a sua importância na equipa e que permitem avaliar o quanto a equipa se ressentiu durante a sua longa ausência. Históricos como Giggs, Scholes e os manos Neville foram titulares, mas ainda assim foi o central que assumiu a braçadeira em detrimento de jogadores com mais de uma década de casa. Resta salientar que Ferdinand realizou uma exibição brilhante, sendo fundamental na 2ª parte, fase de maior assédio do Arsenal, que intensificou ainda mais a sua pressão após sofrer o 1º golo aos 73'.

Apesar do início de época titubeante, com apenas 11 golos marcados em 10 jornadas, o Man Utd volta a contar nas suas fileiras com 4 pontas-de-lança de alto nível. Van Nistelrooy, Rooney, Smith e Saha prometem reeditar as façanhas de Cole, Yorke, Sheringham e Solskjaer (este ainda no clube, a recuperar de uma lesão gravíssima). No jogo que ditou o fim da magnífica série dos gunners, Van Nistelrooy abriu o activo na marcação de uma grande penalidade a castigar falta (inexistente) de Sol Campbell sobre Rooney; e o prodígio inglês fechou o resultado nos descontos, desviando para a baliza um cruzamento da direita de Smith, que fora desmarcado por Saha.

Arsenal
(Lehmann; Lauren, Kolo Touré, Campbell e Ashley Cole; Ljungberg, Vieira, Edu e Reyes; Bergkamp e Henry)

O Arsenal não somou qualquer ponto em Manchester, mas deixou a sua imagem de marca na partida, imagem essa que lhe permitiu vencer inúmeras partidas ao longo desta interminável série. Procurou sempre explanar um futebol ofensivo, maioritariamente na 2ª metade, depois de uma 1ª parte quezilenta e mal jogada.

Apesar da derrota, nota-se que o futebol do Arsenal é mais fluido, mais técnico, mais incisivo que o do Manchester United, que joga mais em força e com o coração. O Arsenal tem agora 8 pontos de vantagem sobre o seu adversário desta jornada, que vai procurar capitalizar esta redução da diferença pontual, sobretudo a nível psicológico, onde os red devils levam vantagem sobre o Arsenal. Relembre-se que esta diferença de mentalidades foi fundamental na recuperação do Man Utd em 2002-03, que lhe permitiu ultrapassar o Arsenal nas últimas jornadas e vencer o título. Convém não esquecer o Chelsea, neste momento a 2 pontos do Arsenal.

Registe-se a existência de confrontos no final da partida entre elementos das 2 equipas, tal como acontecera na época passada. Desta vez, até food fight houve. Ferguson foi atingido com... sopa (?!), um dos elementos da equipa médica do Man Utd acabou a sangrar do nariz e foi instaurado um processo a Van Nistelrooy por suposta agressão a Ashley Cole durante a partida, com base nas imagens televisivas. Parecem cenas retiradas de um qualquer campo da SuperLiga...

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