sábado, janeiro 08, 2005

Derby sem polémicas e com vencedor justo

SuperLiga

O Sporting venceu com toda a justiça um Benfica amorfo e sem ambição. O resultado talvez tenha até pecado por escasso. Interessa agora dissecar os motivos que terão levado a partida a desenrolar-se com tais contornos.

O Benfica entrou "na retranca", à italiana. Não pelo facto de ter apresentado de início 3 médios na zona central, (de assinalar a titularidade de Bruno Aguiar em detrimento de Paulo Almeida, opção com a qual concordo). Aliás, teria sempre que ser assim, pois o Sporting possui um meio-campo muito forte, com 4 unidades que varrem a zona central do terreno de jogo, quer na horizontal, quer na vertical. Com efeito, o Benfica entrou com a nítida disposição de esperar pelo adversário. Para isso era necessário os médios circularem rapidamente a bola, para os extremos poderem utilizar a sua velocidade. Contudo, os 2 requisitos que sustentariam esta abordagem ficaram esquecidos no outro lado da 2ª Circular: qualidade de passe (nos médios) e inspiração (aos extremos).

À falta de ambição do Benfica, o Sporting juntou-lhe uma dinâmica assinalável, apanágio dos leões desde que José Peseiro estabilizou o onze-base. Assim, foi com naturalidade que o Sporting se adiantou no marcador, através de Liedson. Irónico... Primeiro o 5º amarelo com o Vitória de Guimarães, depois a antecipação do jogo da Taça e ainda as férias prolongadas...

Naturalmente, o Benfica reagiu. Como previsto, foi preciso o Sporting marcar para o Benfica encarar o jogo de frente. E depressa empatou, da única maneira que se vislumbrava. Desde o início que o Sporting jogava muito no fora-de-jogo. Mais cedo ou mais tarde, poderia resultar uma jogada e foi o que aconteceu. Nuno Gomes facturou e aproximou-se de Pinilla na tabela dos melhores marcadores, diminuindo para 1 golo a diferença entre ambos (2-1)...

O jogo equilibrou um pouco, sempre a pairar a maior vontade do Sporting em vencer. E eis que Rui Jorge é expulso. Então sim, nos últimos 10 minutos da 1ª parte, o Benfica controlou o jogo. Algo que eu esperava que se mantivesse na 2ª parte. Porém, o recomeço trouxe a pior fase do jogo. O Sporting, com a entrada de Paíto, reequilibrou a sua estrutura e o Benfica manteve a toada de expectativa.

Alcides foi expulso e 2 minutos depois o Sporting adiantou-se no marcador, novamente pelo 31. João Pereira demorou uma eternidade a aliviar uma bola, Paíto recuperou-a, Rochemback cruzou para o 2º poste, onde Carlos Martins estava solto (Fyssas compensava no meio, pois Argel ainda não entrara). O médio parou no peito e rematou torto, mas Liedson desviou para as malhas. Depois de ter tido a felicidade do jogo, o Benfica encontrava-se agora numa situação precária.

Finalmente o jogo animou. As substituições partiram o jogo e o desgaste físico cerceou o discernimento. Finalmente houve 2 equipas simultaneamente a quererem marcar um golo. Até final houve oportunidades de golo para os dois lados, mas acabou por prevalecer o conjunto que mais quis e mais fez por ganhar.

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