terça-feira, setembro 20, 2005

Haja coragem de apostar no que é nosso!

Liga betandwin.com

Não me vou alongar sobre as prestações dos "grandes" nesta jornada. Bastam algumas notas rápidas. O Porto empatou em Braga sem golos e provou ao seu treinador (que tem razão na maior parte das críticas que fez) que por vezes não são precisos golos para fazer de uma partida de futebol um bom espectáculo. O Sporting voltou a perder na Choupana, de forma muito pouco surpreendente, num desafio em que destaco a defesa do outro mundo do Nélson na 1ª parte (a fazer lembrar o Schmeichel dos tempos do Manchester United) e o golaço do Deivid. E o Benfica continua a mostrar sinais de retoma, com o Nuno Gomes a mostrar que se jogar acompanhado na frente pode marcar mais golos que aqueles que dele se esperam. Mas atenção que a União de Leiria também não serve de teste às capacidades de nenhuma equipa com um mínimo de qualidade.

Mas como disse, a razão que me impele a escrever este post é outra e em nada abona o futebol português. Não, não é a falta de público nos estádios, que já todos constátamos e que ainda ninguém quis resolver (basta olhar para os preços dos bilhetes).

Escrevo-vos com o pensamento no Marítimo. Ora bem, o Marítimo é um clube que ano após ano participa no escalão máximo do futebol português em concorrência desleal, pois boa parte do seu orçamento é financiado por subsídios substanciais do Governo Regional da Madeira. Nos últimos anos, o Marítimo tem sido cliente habitual da 1ª metade da tabela, mas para 2005/2006 resolveu remodelar o plantel. E no último Domingo, na recepção ao Penafiel, apresentou a seguinte equipa inicial: Marcos; Ferreira, van der Gaag, Valnei e Gaál; Evaldo, Wênio e Mancuso; Kanu, Júnior Bahia e Manduca. Para quem ainda não tenha percebido onde quero chegar com isto, são 11 estrangeiros. Só a título de curiosidade, o Marítimo está com 2 pontos em 4 jornadas e já fez estalar o chicote, despedindo o treinador Juca, que por acaso até é madeirense.

Já sei que com a Lei Bosman, o Estatuto de Igualdade de Direitos e Deveres para os brasileiros e o alargamento da União Europeia é impossível restringir ou limitar o número de estrangeiros. E também não me parece que um país como Portugal tenha condições para se armar em defensor da moral e dos bons costumes. Ainda para mais quando os jogadores brasileiros são facilmente contratados a preços muito baixos, o que faz com que cada atleta de qualidade venha acompanhado por 10 que nem na Liga de Honra tinham lugar.

Como parece que o Porto do ano passado não serviu de exemplo aos dirigentes da nossa praça, eu admito que me dá alguma satisfação ver o Marítimo na posição precária em que se encontra. A título de exemplo, Tonel, Eusébio, Zeca, Chainho, Bino, Silas e Luís Filipe faziam parte do plantel maritimista que, em 2004/2005, alcançou a 7ª posição. Não ficou nenhum. Será que as saídas de Tonel para o Sporting e de Luís Filipe para o Braga não geraram mais-valias suficientes para segurar os outros? Eusébio e Zeca faziam parte da "mobília"; Chainho é titular do rival Nacional (co-líder da Liga), juntamente com Bruno, que até já foi capitão do Marítimo; Silas brilha no Belenenses, clube com crónicas dificuldades financeiras; Eusébio só por lesão perdeu a titularidade no Estrela da Amadora para Valdir, o titular da Selecção de Sub-21. Ou muda muita coisa ou este Marítimo é mais candidato à descida que qualquer um dos clubes que subiu este ano.

Estou no Blog.com.pt Darling Harbour
Darling Harbour