quinta-feira, novembro 06, 2008

Liga dos Campeões: Portugal 3-1 Ucrânia

Pela primeira vez desde que esta competição se disputa com uma fase inicial de grupos, o Sporting garantiu o apuramento para os 1/8 final da Liga dos Campeões. Este feito inédito deve-se sobretudo à dupla vitória sobre o Shakhtar. E tal como em Donetsk, os leões voltaram a assinar exibição pálida, parca em dinâmica, mas ainda assim defensivamente sólida, acabando por beneficiar de um rasgo genial de Izmailov, um dos poucos desequilibradores do plantel (a par de Vukcevic e Liedson). Saliente-se a notória subida de forma de Rochemback, que parece começar a assumir as funções de um verdadeiro box-to-box, o que aliado ao regresso natural de Miguel Veloso ao vértice mais recuado do losango, implica a saída de Romagnoli da equipa titular. Na minha opinião e retirando Vukcevic desta equação, o Sporting apresentou frente ao Shakhtar a configuração mais forte do losango (Veloso atrás, Roca na meia-direita, Izmailov na meia-esquerda e Moutinho no apoio aos avançados) e só terá a ganhar se assim se mantiver nos próximos jogos.

Quanto ao FC Porto, há que enaltecer o espírito guerreiro da equipa, que foi capaz de operar a reviravolta a um resultado negativo, isto numa partida quase decisiva para as suas aspirações na competição e que foi disputada sob uma conjuntura extremamente adversa, dadas as três derrotas consecutivas que precediam o encontro de Kiev. Jesualdo Ferreira devolveu (finalmente!) a titularidade a Helton, mas voltou a inventar num jogo importantíssimo, desta vez com a colocação de Pedro Emanuel como defesa-esquerdo. Confesso que não entendo a tendência, quase suicida, do treinador do FCP para experimentar em jogos de elevado grau de dificuldade / importância, na Champions League. Recordo-me, por exemplo, da aposta altamente falhada no 4-4-2 (com Ricardo Costa no 11, em vez de Lisandro), em detrimento do entrosado 4-3-3, no Arsenal 2-0 FCP, em 2006-2007. E recordo-me ainda da titularidade surpresa de João Paulo, como lateral, em Gelsenkirchen, no Schalke 04 1-0 FCP, nos 1/8 final da época passada. A aposta no lento Pedro Emanuel para uma posição que exige velocidade, no jogo de Kiev, é apenas o último destes episódios.

Após este confronto Portugal - Ucrânia, que se saldou em 3 vitórias lusitanas contra apenas um desaire, Portugal reforçou a vantagem que detinha precisamente sobre a Ucrânia no ranking da UEFA, segurando o 9º lugar e aproximando-se da Holanda (8º), mas principalmente da Roménia (7º), que já perdeu quase todos os seus representantes na UEFA e cuja ultrapassagem será o objectivo mais realista a que nos podemos propor.
O nosso país prepara-se ainda para o feito assinalável que será a colocação de ambos os seus representantes nos 1/8 final da melhor competição europeia de clubes. Basta para isso que o FC Porto confirme, já na deslocação a Istambul, os sinais de retoma que deixou transparecer em Kiev. Contudo, a ausência de Lucho, El Comandante, poderá complicar a missão dos portistas.

E já que abordamos este assunto, será que tirar a camisola nos festejos de um golo é mesmo um gesto com gravidade suficiente para ser punido com um cartão amarelo? É que neste caso específico, não se trata de um mero cartão amarelo, mas sim de um cartão amarelo que implica uma expulsão inglória (e consequente suspensão) e que só é exibido porque um jogador decide extravasar a alegria que sente, por ter marcado um golo no último minuto de um jogo fulcral, oferecendo a vitória à sua equipa, que até vinha de 3 derrotas consecutivas.

As orientações da UEFA e da FIFA não passam por proteger os artistas? Admoestar um jogador com um cartão amarelo por tirar a camisola nos festejos de um golo protege os artistas?

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