terça-feira, novembro 11, 2008

Um clássico com muita Paixão

Sinceramente, não sei quem terá mais razões de queixa de Bruno Paixão, se o Sporting ou o Porto, se Paulo Bento ou Jesualdo Ferreira. O chorrilho de disparates foi tal que se torna impossível afirmar qual a equipa mais prejudicada.

Por outro lado, também não podemos ilibar os jogadores, pois dificultaram bastante a tarefa ao árbitro. Ainda assim, Bruno Paixão mostrou-se incapaz de gerir os conflitos e adicionou-lhes os seus próprios erros, criando uma atmosfera de tensão crescente que, inevitavelmente, terminou com polémica e com declarações proferidas a quente, que em nada dignificam o futebol. Apesar de tudo, louve-se o toque humorístico que Paulo Bento consegue imprimir às suas declarações, ainda que inconscientemente. Questionado acerca dos lances capitais que, na sua opinião, teriam sido mal ajuizados pelo árbitro, o treinador da célebre “tranquilidade” atirou um seco “tem aí uma folha A4?”. Uma verdadeira pérola, a que lhe podemos juntar uma tirada que bem pode servir de exemplo num qualquer manual escolar de Filosofia de 11º ano, no capítulo de Lógica: “os árbitros são uns incompetentes! Se os tornarem profissionais, passam a ser profissionais incompetentes!”. Ora, este tipo de comentários, quando proferidos com aquela expressão facial dura e séria e num registo vocal forte, sem hesitações nem cerimónias, geram um efeito cómico difícil de igualar no mundo do futebol. Valha-nos isso…

Virando a agulha para o futebol propriamente dito, gostaria de ressalvar:
- o regresso de Helton às boas exibições;
- o belo golo de Hulk, fruto da sua velocidade (ou da lentidão de Rochemback), do seu individualismo e da sua potência. Como no melhor pano cai a nódoa, Hulk acabou por praticamente expulsar-se a si próprio, com uma simulação ridícula que lhe valeu o 2º amarelo. Que ingenuidade de um verdadeiro diamante por lapidar, que até tinha mostrado tarimba q.b., ao provocar o 2º amarelo de Caneira.
- a insistência em Pedro Emanuel como lateral-esquerdo, que só prova a falta de confiança de Jesualdo, porventura justificada, em Lino e Benitez. Já referi anteriormente que não me parece que esta alteração beneficie o Porto, porque o que se ganha em experiência, perde-se em velocidade e rotinas.
- a saída de Rodriguez da equipa titular. Poderia ser uma aposta para manter, mas a expulsão de Hulk provavelmente conduzirá ao regresso do Cebola à titularidade;
- o regresso de Romagnoli à equipa titular e a deslocação de Miguel Veloso para lateral-esquerdo, a posição maldita. Também já o disse anteriormente, penso que o Sporting ganha com a ausência de El Pipi e, quando Tonel e Caneira estiverem disponíveis simultaneamente, Paulo Bento terá necessariamente de apostar em Caneira na esquerda, Veloso a trinco e Moutinho como número 10. Grimi e Romagnoli não são mais do que opções válidas para o banco de suplentes.
- a ausência de Yannick Djaló e, sobretudo, Liedson da conversão das grandes penalidades. Para além deles, só Pedro Silva e Rui Patrício não foram chamados a converter. Como é que Abel é chamado a bater um penalty, já na fase da morte súbita, antes de Liedson? A dúvida assaltou-me logo em tempo real. Ora, foi entretanto noticiado que o Levezinho não bateu nenhum penalty devido a dores musculares. Então porque não saiu ele em vez de Izmailov, quando entrou Rodrigo Tiuí, aos 119 minutos, numa substituição claramente feita a pensar no desempate fatal? Se Paulo Bento se tivesse apercebido dessas queixas, descartaria o futuro ponta-de-lança da selecção portuguesa e deixaria Izmailov em campo. Na minha opinião, Paulo Bento contava com Liedson para os penalties e o Levezinho absteve-se da responsabilidade. Seja porque motivo foi, o Levezinho resolveu… não querer resolver!

1 Comments:

At 01:25, Anonymous Anónimo said...

Gostava só de deixar um pequeno cometário a esta "arbitragem". Mais do mesmo, num país controlado pela incompetência de uns e pela "esperteza" de outros. Sinceramente já se torna difícil de dizer se o que acontece é por incompetência ou vontade.
Na minha simples e modesta opinião a solução passa claramente pela profissionalização dos árbitros. Mas não aquela que todos falam e que acaba por ser o que já existe. A solução passa por pagar bem aos árbitros. Ordenados por volta dos 5000€ mensais, claro que esse seria para os de topo, havendo depois escalões. Só assim se evitavam as questões de subornos e afins, especialmente nas divisões mais baixas e locais. Mas atenção que isto não seriam só rosas. Tenho a certeza que com regras sérias só um ou dois dos actuais árbitros se aguentavam. O que defendo é que alguém honesto ou pelo menos com dois dedos de testa (e não alguém como o otário que avaliou esta arbitragem) avaliasse o desempenho dos árbitros. Nem que fossem estrangeiros, nomeados pela UEFA. Após um erro seriam avisados. Após dois seria feito um último aviso. Ao terceiro eram despedidos, ou então desciam de escalão até melhorarem. Podem dizer que assim ficaríamos sem árbitros rapidamente. Não creio. A receber 5000€ por mês haveria muito boa gente a querer ser árbitro. Faziam igualmente falta escolas de árbitros, para melhorar e corrigir esses novos profissionais. Como é óbvio isto é tudo hipotético e pouco provável que aconteça. Resta-nos sonhar por um futebol perfeito.

 

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