quinta-feira, dezembro 18, 2008

Máquina cada vez mais oleada

O Porto está cada vez mais forte. Esta é a principal conclusão que se pode retirar da recente série de triunfos consecutivos. Desde a derrota na Figueira da Foz, com a Naval (no início de Novembro), o FCP disputou 9 partidas, das quais venceu 8, empatando apenas em Alvalade, para a Taça de Portugal (mas garantindo o apuramento nas grandes penalidades). Entrecortadas por êxitos nas competições internas estiveram ainda as vitórias em Kiev, em Istambul e sobre aquele conjunto de miúdos que veio disfarçado de Arsenal, que lhe valeram o 1º lugar no seu grupo da Liga dos Campeões. E enquanto não conhece o seu adversário nos oitavos-de-final desta competição, o Porto vai somando pontos no campeonato sem dificuldades de monta e já igualou o Leixões, com quem partilha a vice-liderança, a 2 pontos do Benfica.

Quais serão as razões para esta subida de forma?
- A defesa está mais sólida (apesar dos 7 golos sofridos nestes 9 jogos), algo potenciado pelo regresso à titularidade de jogadores como Hélton e Fucile, bem como pelo crescente entrosamento de Rolando com os seus novos colegas. Ainda assim, parece-me que Pedro Emanuel continua a não constituir a solução ideal para a lateral-esquerda;
- O crescimento de Fernando. O "menino" está a perder a vergonha e a assumir-se cada vez mais como o substituto natural de Paulo Assunção.
- A subida de forma de Rodríguez. O Cebola começa finalmente a justificar os milhões investidos directa (aquisição do passe e ordenado principesco) e indirectamente (aumento de ordenado oferecido a Lucho, de forma a colocar a remuneração d'El Comandante ao nível da do uruguaio) na sua contratação.
- Lisandro continua a ser igual a si próprio, abnegado, raçudo, inteligente. Adicionalmente, parece ter redescoberto o instinto goleador que ostentou na última época, do qual parecia estar algo afastado.
- Finalmente, e mais importante do que tudo o resto, a ascensão de Hulk. Como é que é possível Jesualdo Ferreira não ter apostado mais cedo e de forma mais decidida nesta força da natureza? Mariano Gonzalez, Tomás Costa, até Tarik Sektioui (ainda que de forma mais intermitente), todos eles dispuseram de oportunidades e minutos, muitos minutos. Mas nenhum deles, ou melhor, eu atrever-me-ia a dizer que todos juntos não produziram metade daquilo que este jovem brasileiro oriundo do campeonato japonês tem mostrado. Apesar de ainda denotar algum individualismo, Hulk tem deliciado os amantes do futebol com inúmeras arrancadas fulminantes e golos decisivos, fantásticos, dignos de figurar em qualquer ranking da especialidade.

Em suma, à medida que nos aproximamos do Natal (e de mais uma paragem do nosso campeonato), o Porto é claramente uma equipa em crescimento contínuo, em excelente momento de forma. Parece estar mais forte que a concorrência e, sobretudo, mais confiante.

Será o Benfica capaz de segurar a liderança na próxima jornada e assim passar o Natal e o Ano Novo na frente? Sinceramente, penso que sim. Contudo, creio que a época natalícia será bem mais tranquila na Torre das Antas e no Dragão do que na Segunda Circular.

2 Comments:

At 21:53, Anonymous Anónimo said...

É certo que a tua análise está correcta face à informação disponível à data. No entanto, as prestações do FCP frente a Marítimo e Estrela da Amadora deitam por terra essa análise tão sorridente às aspirações do clube tripeiro. A equipa que levou 6 em casa conseguiu não sofrer qualquer golo nas Antas e o jogo na Reboleira foi bastante tremido e, não obstante o feliz 1º golo do Estrela, não fora o timing feliz do 2º golo (e a insegurança de Nélson)tudo poderia ter sido diferente. Aguardemos agora que o Benfica demonstre amanhã a "regularidade no campeonato" apregoada por Quique.

 
At 10:54, Blogger Miró said...

Quanto ao jogo com o Estrela, mesmo com o momentâneo 2-2 do Vidigal já na 2ª parte, parece-me que o próprio FCP nunca sentiu que a vitória estivesse em causa.

Já em relação ao jogo com o Marítimo, há dois factores a considerar:
- não se pode comparar a goleada do Benfica com o jogo de ontem. O penalty e a expulsão do Marcos aos 20' condicionaram muito o jogo. Quando mencionas "a equipa que levou 6 em casa conseguiu não sofrer qualquer golo", esqueces-te que o Marítimo era a defesa menos batida da Liga até ao jogo com o Benfica. Aliás, se excluirmos esse desafio, o Marítimo apenas sofreu 5 golos nas restantes 11 partidas, o que constitui um registo extremamente positivo.
- por outro lado, se é verdade que o FCP teve inúmeras ocasiões para chegar ao golo, também é justo afirmar que se o Marítimo saísse do Dragão com uma vitória, isso não escandalizaria ninguém, sobretudo se levarmos em linha de conta as duas bolas ao ferro, os vários contra-ataques perigosos e, quiçá, aquela mãozinha marota do Bruno Alves, dentro da área, aos 87 minutos...

 

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