terça-feira, dezembro 09, 2008

O passeio dos alegres (vezes 3)

Três jogos na condição de visitantes, três campos tradicionalmente favoráveis, três passeios. De facto, os três grandes da nossa Liga Sagres saíram à rua no último fim-de-semana e fizeram três calmas excursões.

Primeiro, o Sporting e a sua curta deslocação à Amadora. Em 15 participações anteriores no escalão máximo do futebol português, o Estrela apenas contava uma vitória e 5 empates, nas recepções ao Sporting (contra 9 derrotas). Se à tradição juntássemos todos os problemas de salários em atraso (e sua mediatização) que o Estrela tem atravessado, provavelmente a deslocação à Reboleira seria a ideal para o Sporting alcançar a sua 3ª vitória consecutiva no campeonato. E mesmo com o revés do golo sofrido logo no início – mais um com “marca Rui Patrício”, bastou ao Sporting o Liedson do costume e alguma “sorte” (resposta quase imediata ao golo sofrido, o remate de Anselmo ao poste que poderia ter dado o 2-1 ainda na 1ª parte e o golo feliz, da tranquilidade, do regressado Vukcevic), para somar 3 pontos relativamente fáceis e pressionar Porto, Benfica… e Leixões.

Depois, o Porto e a visita ao Bonfim, casa de vários jogadores que têm ou tiveram ligação contratual aos dragões, como Bruno Vale, Sandro, Elias, Bruno Gama, Leandro Lima e Bruno Moraes, algo que tem sido comum nos últimos anos. Historicamente, dos 3 grandes, o FC Porto era a equipa que alcançara maior número de êxitos nas visitas ao Vitória de Setúbal (16 vitórias em 60 épocas). O FC Porto era igualmente a única equipa que vencera todas as 4 deslocações ao Bonfim, desde que o Vitória subiu à 1ª Divisão pela última vez, em 2003/2004. E este era um desafio em que o Porto não podia perder pontos, sob pena de se atrasar face aos concorrentes directos, principalmente devido à barreira psicológica que o jogo em atraso pode constituir (e os 3 pontos que dele podem advir, ou não…). Os dragões não foram eloquentes na 1ª parte, mas souberam impor a sua categoria à medida que a partida foi avançando, acabando por vencer naturalmente e por uma margem que quase cheirou a goleada.

E aproveitando o tema “goleada”, chegamos à viagem do Benfica ao Caldeirão dos Barreiros. Em 28 presenças do Marítimo no campeonato principal, o Benfica até era a equipa “grande” que menos vezes (10) ganha nos Barreiros, mas a sua última derrota naquele estádio já datava da época 2001/2002. Pressionado pelas vitórias dos rivais e pelos últimos resultados, por sinal bastante negativos (empate caseiro com o Vitória de Setúbal e a pesada derrota em Atenas), mas impulsionado pelos regressos de Luisão e de Aimar, pela mudança na baliza e, quiçá, pelo facto de ter jogado antes do Leixões, o Benfica entrou forte na partida e procurou resolvê-la cedo. Apesar de Aimar continuar distante daquilo que dele se espera, Reyes e Suazo voltaram a demonstrar que estão bem acima da qualidade média desta Liga Sagres (tal como Lucho, Liedson ou Lisandro, por exemplo) e dinamitaram a anterior melhor defesa da Liga. Contudo, o Benfica até abrandou bastante o ritmo na 2ª parte e o resultado final acaba por ser exagerado, tendo sido alicerçado nos 3 golos obtidos nos últimos 10 minutos, quando os jogadores do Marítimo já tinham “desligado”.

Finalmente, quero salientar novamente a brilhante campanha do Leixões, no momento em que perdeu a liderança do campeonato. Os bravos de Matosinhos até podiam perfeitamente ter vencido em Guimarães, caso tivessem aproveitado uma das várias oportunidades de que dispuseram, mas a forma efusiva como Manuel “D. Afonso Henriques” Cajuda festejou aquela vitória sofrida, ilustra bem a motivação extra com que, hoje em dia, qualquer equipa enfrenta o Leixões. No momento da derrota, aqui fica uma palavra de solidariedade para com José Mota e seus pupilos, na esperança de que se consigam manter na luta pelos lugares cimeiros até ao final do campeonato.

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