segunda-feira, dezembro 01, 2008

Mão-cheia de golos no Pireu

(nota prévia: este post foi escrito antes do Benfica - Vitória de Setúbal, não tendo sido publicado anteriormente por impossibilidade de ligação à internet)

É certo que já passaram alguns dias, mas ainda me custa admitir que o Benfica “apanhou” cinco do Olympiacos. O Olympiacos é o crónico campeão da Grécia nos últimos anos (no fundo, é o equivalente grego ao F.C.Porto das últimas décadas em Portugal), mas até nem tem um conjunto de jogadores propriamente brilhante. Aliás, no papel, a equipa do Olympiacos é manifestamente inferior, por exemplo, ao Galatasaray. E esses, sim, passearam a sua classe no Estádio da Luz, apesar das várias baixas que, na altura, limitavam o conjunto turco.

Na realidade, se analisarmos friamente o jogo de Atenas, o resultado não espelha de todo o que se passou no relvado. O Olympiacos não sufocou o Benfica e a equipa lusitana até teve algumas ocasiões de golo, mas…

Claro que o golo aos 40 segundos condicionou, e muito, o desenrolar da partida, mas 5 remates em mais de 50 minutos não representam um caudal ofensivo por aí além. Contudo, como é que se pode contrariar uma equipa que materializa esses 5 remates em 5 golos?

Por norma, Luisão é um jogador amplamente criticado, quer pela comunicação social, quer pelos próprios adeptos do Benfica. Os seus maiores defeitos serão a falta de velocidade e de “rins”. Até certo ponto, não posso deixar de concordar. Muitos dirão que a melhor dupla de centrais do Benfica será aquela que jogou em Atenas. No futuro, talvez assim seja. Mas esta débacle defensiva não pode ser dissociada da ausência do internacional brasileiro. A Sidnei e David Luiz sobram talento, mas ainda faltam maturidade e experiência. David Luiz, sobretudo, saiu da sua posição várias vezes, com e sem bola, originando autênticas “crateras” no centro da defesa benfiquista.

O fraco desempenho dos centrais foi ainda acompanhado por Jorge Ribeiro e Quim, sendo que este último assinou provavelmente uma das piores exibições da carreira. O guarda-redes continua em mau momento de forma, demonstrando péssimo posicionamento no 4º e no 5º golo, isto para além de ter andado aos papéis no 1º golo e de ter deixado a sensação de que poderia ter feito mais no 2º. E no meio-campo, a “indisponibilidade” de Katsouranis forçou a aposta de Quique Flores no esforçado Binya, que continua sem conseguir disfarçar a sua gritante falta de talento.

Posto isto, o Benfica está praticamente eliminado da Taça UEFA e não há como escamotear o rotundo falhanço em que se está a saldar esta participação europeia. Com reforços sonantes e de dimensão internacional, como Reyes, Aimar e Suazo, esperava-se mais da equipa, restando agora esperar pela conjugação certa de resultados na próxima jornada (em que o Benfica folga). E mesmo que tal suceda, até uma goleada ao Metalist (que venceu no terreno do Galatasaray, o tal que venceu com justiça e com clareza na Luz) pode não ser suficiente para permitir o apuramento para a próxima fase.

O mais curioso é que a quase eliminação da Taça UEFA antecede a possibilidade do Benfica liderar a Liga Sagres, bastando para isso vencer o Vitória de Setúbal, na Luz. Na ressaca de uma derrota histórica e com a pressão adicional de ter que aproveitar o empate do Leixões, será o Benfica capaz de esquecer o que se passou na Grécia?

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