terça-feira, outubro 28, 2008

F1: Quem será o campeão, Hamilton ou Massa?

Decidem-se este Domingo, no circuito de Interlagos, em São Paulo, os títulos de 2008 da Fórmula 1, ainda e sempre a disciplina máxima do desporto automóvel.
E se só uma hecatombe retirará o título de construtores à Ferrari (11 pontos de vantagem sobre a McLaren-Mercedes), o campeonato de pilotos está ao rubro. Com efeito, Lewis Hamilton necessita de alcançar pelo menos o 5º lugar, para se salvaguardar de uma hipotética vitória de Felipe Massa.

Na minha opinião, Lewis Hamilton é um excelente piloto, que dá espectáculo e que na sua segunda temporada já demonstra ser um dos melhores da Fórmula 1. O próprio Michael Schumacher já afirmou publicamente que o inglês poderá tornar-se num dos melhores de sempre.
Ainda assim, não me revejo na sua postura arrogante e na sua condução demasiado agressiva.

Lewis Hamilton ainda não é melhor piloto que Fernando Alonso, que, tendo sido bicampeão pela Renault, saiu para a McLaren, lutou pelo título até à última corrida mesmo sem o apoio da própria equipa e voltou este ano à Renault, logrando vencer duas corridas, algo impensável no início da temporada. E o inglês também ainda não estará ao nível de Kimi Räikkönen, o ainda campeão em título, cujo annus horribilis de 2008 não pode apagar tudo aquilo que já fez, desde os tempos de menino prodígio, na antiga Sauber-Petronas, que necessitava de uma licença especial por não ter idade para pilotar um F1.

Mas Lewis Hamilton é claramente superior a Felipe Massa. O brasileiro tem cometido inúmeros erros em 2008, desde os 5 piões em Silverstone (6 de Julho) ao toque em Lewis Hamilton no GP do Japão (12 de Outubro), passando pela paragem na box que redundou num arranque com a mangueira do combustível atrelada ao Ferrari (28 de Setembro).

Por tudo isto, apesar de Felipe Massa correr no seu país e num circuito onde a Ferrari tem dominado nos últimos anos (dobradinha Raïkkönen-Massa em 2007 e vitória de Massa em 2006, em ambos os casos precedidas por pole positions do brasileiro), penso que Hamilton estará à altura da ocasião. As más experiências vividas em 2007 e no GP do Japão deste ano servirão para o inglês perceber que não precisa de arriscar para se tornar o próximo campeão do Mundo de Fórmula 1.

domingo, outubro 26, 2008

Duas derrotas seguidas no Dragão

Achei que seria injusto pronunciar-me acerca do FC Porto logo após a derrota caseira com o Dínamo de Kiev. Seria um aproveitamento fácil de um mau momento, o que poderia deturpar as conclusões a retirar.
Contudo, quando se esperava uma forte reacção da equipa, na recepção ao Leixões, o FC Porto voltou a perder. Quais as causas para a irregularidade que os tricampeões atravessam?

Desde logo, parece claro que o plantel do FC Porto 2008/2009 não está ao nível de anos anteriores. E isso nota-se particularmente nos jogos da Champions League, onde o apuramento para os 1/8 final pode estar em risco.

Ainda assim, na Liga Sagres, o FC Porto ultrapassou as visitas à Luz e ao Alvalade XXI com saldo francamente positivo (um empate e uma vitória), está à frente do Sporting e a apenas um ponto do Benfica.

Mais do que assacar culpas a Jesualdo Ferreira, interpreto esta quebra face à última época como o resultado de um decréscimo na qualidade do plantel e, talvez, a um momento de menor fulgor dos principais jogadores.
No meu entender, o FC Porto possuía, na época passada, 7 jogadores de valor inquestionável, com capacidade para decidir jogos e para jogar em equipas europeias de topo: Hélton, Bosingwa, Bruno Alves, Paulo Assunção, Lucho González, Quaresma e Lisandro López.

Chegou o defeso. O Chelsea pagou cerca de 20 milhões de Euros por Bosingwa. O Atlético levou Paulo Assunção para Madrid por meia dúzia de tostões (ao abrigo da Lei Webster). O Inter convenceu Pinto da Costa a libertar Quaresma por 18 milhões de Euros (depois de ter anunciado publicamente, várias vezes, que não abdicava dos 40 milhões de Euros consagrados na cláusula de rescisão).

E o que é certo é que estes três jogadores não foram devidamente substituídos. Sapunaru não está à altura de Bosingwa; nem Fernando nem Guarín fazem esquecer Paulo Assunção (talvez Pelé possa vir a fazê-lo, no futuro) e Rodríguez ainda não conseguiu atingir os níveis de brilhantismo de Quaresma.

A juntar a estas questões, ainda é necessário considerar o péssimo início de época de Hélton, o menor fulgor físico de Lucho e o regresso de Lisandro a uma média de golos mais consentânea com o futebol moderno.

Concluindo, parece-me muito difícil que o FC Porto brilhe na Europa do futebol em 2008/2009. Será o FC Porto capaz de suster os seus adversários na Liga Sagres, para assim repetir o tetra do final da década de 90?

quarta-feira, outubro 22, 2008

Jogadores em destaque na Liga Sagres 2008/09

Disputadas que estão 5 jornadas da Liga Sagres, ao cabo de 2 meses marcados por duas paragens para jogos da Selecção que foram imediatamente seguidos de eliminatórias da Taça, jogoteclado decidiu elaborar dois 11 hipotéticos, com os jogadores que têm assumido maior protagonismo e aqueles que não têm correspondido às expectativas.

Os melhores:

Bracalli - a baliza do Nacional continua muito bem entregue. Já mostrou ser dotado de enorme elasticidade, sem perder segurança. Ainda alguém se lembra de Diego Benaglio?
Miguel Lopes - mais um miúdo português desaproveitado pelo Benfica. De repente, assumiu protagonismo no Rio Ave, subiu à Liga Sagres e foi chamado às selecções jovens. Um nome a seguir com muita atenção.
Bruno Alves - que ele era intratável já nós sabíamos; que ele cortava todos os lances que lhe apareciam à frente já nós sabíamos; que ele era um dos maiores expoentes do Porto tricampeão já nos sabíamos; mas agora pelos vistos também passou a ser um especialista a marcar livres directos
Sidnei - o miúdo em quem foram gastos os 5 milhões que estiveram para ser utilizados na contratação de Fernando Meira. Chegou quase incógnito e já é, sem sombra de dúvida, um dos melhores centrais do campeonato. E só tem 19 anos…
Evaldo - uma honrosa excepção no mau início de época do Braga.
Yebda - chegou a custo zero do Le Mans. Dos inúmeros reforços do Benfica era o menos reputado. Três meses depois, já se nota a diferença no meio-campo do Benfica quando Yebda não joga. José Mourinho têm-no debaixo de olho.
Raul Meireles - o FC Porto 2008-2009 tem preferido o fato-macaco ao smoking. E enquanto Lucho não readquire os níveis de brilhantismo a que nos habituou, é Meireles quem vai carregando a equipa, assumindo inclusivamente a titularidade na selecção nacional
João Moutinho - a alma do Sporting que fez 9 pontos nos 3 primeiros jogos da Liga Sagres. Não é novidade, mas em 5 jogos já foi utilizado em todas as posições do losango de Paulo Bento.
Wesley - a figura da Liga Sagres. Tem deslumbrado tanto no Leixões como o havia feito no Penafiel e no Paços de Ferreira
Nené e William - têm feito pela vida dos seus clubes, Nacional e Paços de Ferreira, respectivamente. Imiscuiram-se na lista dos melhores marcadores da Liga, ombreando com rivais bem mais renomados.


Os que têm estado abaixo das expectativas:

Helton - início de época tremido do melhor guarda-redes da Liga Sagres, com um erro grosseiro na Luz (no golo de Cardozo) e 4 golos encaixados em Londres, frente ao Arsenal.
João Pereira - um dos rostos do mau arranque do Braga. Foi expulso frente ao Sporting, por mais uma atitude irreflectida e saiu de campo com um sorriso nos lábios. Obivamente, falhou os 2 jogos seguintes por suspensão.
David Luiz - as lesões não o largam e começa a desvanecer-se a aura de “grande promessa” que granjeou após os primeiros jogos pelo Benfica.
Sereno - depois da venda de Geromel, esperava-se que se assumisse como patrão da defesa do Vitória de Guimarães. Começou a época indisponível, foi criticado quando surgiu na equipa e recentemente sofreu uma lesão gravíssima, que o vai deixar de fora nos próximos meses.
Léo - Quique Flores considera que o brasileiro não interpreta correctamente as movimentações defensivas que pretende implementar, nomeadamente o posicionamento na defesa em linha e retirou-lhe a titularidade.
Balboa - um flop de 4 milhões de Euros.
Rochemback - continua lento e previsível, emperrando as transições defesa-ataque do Sporting. Marcar livres com força não chega para lhe garantir a titularidade.
Jorginho - um dos maiores artistas da Liga Sagres quase não tem tido direito a minutos de jogo. Culpado? Luís Aguiar.
Vukcevic - o que é que se passa na cabeça deste rapaz? A forma como desperdiça sem esforço o vasto talento que possui chega a ser quase criminoso.
Aimar - tem confirmado a propensão para lesões com que vinha rotulado.
Linz - outro jogador que insiste em desperdiçar talento. No Boavista desentendera-se com Jaime Pacheco, reincidindo agora com Jorge Jesus, no Braga.

Estas escolhas reflectem apenas a minha opinião e estão sujeitas a debate. Manifestem-se!

segunda-feira, outubro 20, 2008

O regresso, 3 anos depois

Outubro de 2005: Moreira é, pela útlima vez, titular do Benfica, num jogo oficial.
Outubro de 2005: o jogoteclado acolhe o seu último post.

Outubro de 2008: 3 anos depois, Moreira volta a ser titular pelo Benfica e arranca uma exibição segura, sem falhas e plena de confiança, revelando-se decisivo contra o Penafiel, na 3ª eliminatória da Taça de Portugal Millennium (os namings estão na moda e o do Estádio da Luz está a ser negociado).
Outubro de 2008: 3 anos depois, o jogoteclado está de volta, com motivação renovada e com ambição de se tornar um espaço interactivo e dinâmico de troca de opiniões sobre desporto.

Esta coincidência não passa disso mesmo, mas já agora aproveito este primeiro post da 2ª vida do jogoteclado para me debruçar sobre um jogador que, até agora, tem passado ao lado de uma grande carreira: José Moreira.

Sempre fui um acérrimo defensor do Moreira. Em 2004/2005, no ano do título do Benfica, quando o Trapattoni decidiu dar um safanão na equipa após o 4-1 sofrido em Belém, trocando o Moreira pelo Quim, apelidei essa decisão de "injustiça tremenda". A velha raposa saiu, veio Koeman e Moreira regressou à titularidade, até que, à 6ª jornada, uma lesão no joelho atirou-o para o estaleiro. Nunca mais voltou a ser titular.

Desde então, Quim (108 jogos a titular), Rui Nereu (4), Moretto (25) e Butt (6) iniciaram partidas como guardiões do templo benfiquista, limitando Moreira a uma breve aparição de 18 minutos para substituir o lesionado Quim, num jogo do campeonato, no Estádio da Luz, durante o consulado de Fernando Santos.

Ponto assente: sempre preferi o Moreira ao Quim. Admito que o Quim é mais experiente, é merecidamente titular da Selecção (finalmente!) e esteve brilhante na época passada. E, obviamente, tal desempenho deveria ter culminado na titularidade no Euro 2008.

Ainda assim, a minha opinião baseia-se no guarda-redes que o Moreira era antes de se lesionar. Para mim, o Quim nunca o fez esquecer (talvez com a excepção da última época). Agora é óbvio que lhe faltará rotina de jogo, que num guarda-redes é fundamental e só se adquire com minutos de competição. Se for jogando na Taça de Portugal, na Carlsberg Cup e na Liga Intercalar, acredito que, mais jogo, menos jogo, o Moreira pode e vai discutir a titularidade com o Quim. Quique Flores já mostrou que, com ele, joga quem está melhor (vide o caso Léo - Jorge Ribeiro).

Também admito que sempre fui algo resistente ao Quim, quiçá por ter ganho um lugar que, na minha opinião, não merecia e que pertencia ao guarda-redes que eu idolatrava. Um guarda-redes em quem muitos reconheciam potencial enorme, sucessor de Costa Pereira, José Henrique, Bento e Preud'Homme. Ou ainda encarando a questão por outro prisma, o Casillas do Benfica.

Enveredando por argumentos mais técnicos, vejo Moreira como um guarda-redes mais espectacular, enquanto Quim é mais sóbrio (o que não o torna mais seguro!). São ambos excelentes no jogo entre os postes (vulgo shot-stopper) e ambos sentem maiores dificuldades nos cruzamentos, característica em que reconheço maior aptidão ao Moreira. São ambos razoáveis com os pés, raramente comprometendo (ainda que me recorde de um erro enorme do Quim, num Braga 3 - Benfica 1, no ano de Fernando Santos, num péssimo alívio com os pés, que redundou em golo do Braga).

Numa altura em que o Quim ainda procura ultrapassar um momento menos bom, notório em vários jogos bastante recentes (Rio Ave - Benfica, Nápoles - Benfica, Portugal - Dinamarca e Paços de Ferreira - Benfica), será assim tão descabido dar uma oportunidade ao Moreira, até atendendo à grande resposta que ele deu com o Penafiel?

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