terça-feira, abril 26, 2005

Levados ao colo? Só se for pelo Mantorras!

SuperLiga

Esta polémica à volta do jogo no Algarve irritou-me. Os motivos do Estoril são simples:
- no Estádio do Algarve estiveram cerca de 30.000 espectadores, enquanto que aos 15 jogos disputados pelo Estoril em casa até então assistiram perto de 23.000, no total;
- o Benfica não disputava um jogo oficial no Algarve há 4 anos, logo a procura ia ser sempre superior à oferta, ainda para mais com o Benfica na rota do título, o que permitiu praticar preços certamente superiores;
- estes dois factos tiveram como consequência uma receita 5 vezes superior à que se registaria se o jogo se disputasse no Campo António Coimbra da Mota.

Há quem argumente que a verdade desportiva foi adulterada. Ora, eu estou convencido que o jogo até seria mais fácil para o Benfica se não tivesse existido toda esta polémica.

Já repararam nas dificuldades que o Estoril impôs ao Benfica e ao Porto?
- empate no Dragão;
- derrota tangencial na Luz (beneficiados na expulsão do Manuel Fernandes; prejudicados no mergulho para a piscina do Karadas, que deu penalty);
- derrota tangencial em casa com o Porto (graças à inspiração do Bosingwa; à grande exibição do Baía e a um frango do Yannick);
- e agora a derrota inglória mas merecida com o Benfica no Algarve.

E o que aconteceu nos jogos com o Sporting?
- em casa, com o Sporting a 8 pontos do Benfica e a 4 do Porto. Resultado: Estoril 1 - 4 Sporting;
- em Alvalade, no dia seguinte ao Porto-Benfica. Resultado: Sporting 4 - 0 Estoril e os grandes todos juntos com 42 pontos.

Foram as duas únicas vezes que o Estoril sofreu 4 golos durante todo o campeonato. Foram as duas únicas derrotas por 3 ou mais golos de diferença, à excepção dos 3-0 no Restelo. Atentemos na equipa técnica:
- Litos, treinador principal;
- Carlos Xavier, treinador adjunto;
- Sérgio Louro, treinador de guarda-redes;
- Mário Jorge, director para o futebol.
Todos eles ex-jogadores do Sporting e assumidos sportinguistas.

Para quê complicar? O Sporting goleou o Estoril porque tem um potencial ofensivo tremendo e porque fez boas exibições nesses dias. O Benfica foi jogar ao Algarve porque o Estoril tinha a possibilidade de fazer uma receita no valor de 25% do orçamento da época e porque permitiu pagar 2 meses de ordenados em atraso.

Como é possível contestar a arbitragem do Estoril - Benfica? A 1ª expulsão é justíssima e na 2ª só o árbitro saberá os insultos que ouviu. O Estoril abusou da agressividade, Maurel fez duas faltas duríssimas para cartão amarelo e Cissé agrediu Mantorras por trás nos descontos. Se no futebol português não houvesse suspeição e se o árbitro tivesse coragem, o Estoril teria acabado com 7.

Não percebo as queixas dos sportinguistas. E a expulsão do Polga, a meio da 1ª parte contra a Briosa, transformada em cartão amarelo? O Sporting não tinha centrais no banco... Se alguém tem razões de queixa é o Porto, que viu um penalty claríssimo transformado num amarelo por simulação. Então e se o Quaresma não tem arrancado aquele golaço?

P.S.: Mantorras resolve...

domingo, abril 24, 2005

NBA - Antevisão do playoff

NBA

O playoff está aí à porta, logo este é o momento certo para antever a 1ª ronda.

Conferência Este

Miami Heat (1) - New Jersey Nets (8)

Com Dwyane Wade e Shaquille O'Neal em grande, os Heat não deverão ter problemas de maior frente à equipa de Jason Kidd e Vince Carter, que só no 82º e último jogo da época regular alcançou o playoff, fruto de uma vitória em Boston, depois de estar a perder por 17 pontos.

Detroit Pistons (2) - Philadelphia 76ers (7)

Os campeões em título vão passar à fase seguinte, mas se Allen Iverson e Chris Webber "engatarem", os 76ers podem causar problemas.

Boston Celtics (3) - Indiana Pacers (6)

De um lado, o dynamic duo Paul Pierce e Antoine Walker; do outro, Jermaine O'Neal e o veterano Reggie Miller, que se retirará no final da época. Mesmo com Ron Artest suspenso, Indiana pode passar.

Chicago Bulls (4) - Washington Wizards (5)

Duas equipas jovens, que chegam de forma surpreendente a uma fase tão adiantada da época. A possível ausência de Eddy Curry, devido a problemas cardíacos, pode prejudicar o jogo interior dos Bulls.

Conferência Oeste

Phoenix Suns (1) - Memphis Grizzlies (8)

Ninguém espera que os Grizzlies possam causar problemas de maior à melhor equipa da fase regular. Um 4-0, vulgo sweep, é provável.

San Antonio Spurs (2) - Denver Nuggets (7)

Os Nuggets têm estado fantásticos desde a entrada de George Karl para o comando técnico. Se Tim Duncan, recentemente regressado de lesão, não recuperar a sua forma habitual, os Spurs podem sofrer um dissabor inesperado.

Seattle Supersonics (3) - Sacramento Kings (6)

Os Sonics começaram com 17v-3d, o que deu para vencer a divisão Noroeste, mas em condições normais dificilmente se superiorizarão aos Kings, onde Peja Stojakovic e Brad Miller estão inferiorizados. Os Sonics também têm problemas físicos, nomeadamente Rashard Lewis e Vladimir Radmanovic. No 1º jogo, tanto podem jogar os 4, como não jogar nenhum.

Dallas Mavericks (4) - Houston Rockets (5)

O duelo mais imprevisível de toda a 1ª ronda do playoff. Duas equipas em excelente forma, com Dirk Nowitzki de um lado; Tracy McGrady e Yao Ming do outro. A segunda linha de Dallas é mais forte, mas se as principais estrelas assumirem o controlo, Houston leva vantagem.

sábado, abril 23, 2005

Fim da época regular da NBA - Conferência Oeste

NBA

Conferência Oeste

A divisão Noroeste foi vencida pelos Seattle Supersonics, uma equipa-incógnita que iniciou muito bem a época, mas que acabou com 4v-10d e que terá muitas dificuldades frente aos Kings, na 1ª ronda do playoff. Algo que os Denver Nuggets também alcançaram, em boa parte graças à mudança de treinador, no final de Janeiro (32v-8d, desde a entrada de George Karl). Os Minnesota Timberwolves foram a grande desilusão do Oeste (a exemplo dos Magic no Este). Apesar dos esforços do fantástico Kevin Garnett (melhor ressaltador da NBA e no top 20 em pontos, assistências e roubos de bola), as lesões e o desânimo impediram o finalista vencido da Conferência em 2003-04 de chegar sequer ao playoff este ano. Nos Portland Trail Blazers e nos Utah Jazz, as muitas lesões tornaram impossível a difícil tarefa de atingir o playoff.

A equipa vencedora da divisão Pacífico foi igualmente a campeã da época regular, em toda a NBA. Os Phoenix Suns encantaram com o seu jogo ofensivo e espectacular, liderados pelas assistências de Steve Nash (1º da Liga), pelos pontos do adaptado a poste Amare Stoudemire (5º da Liga) e pelos ressaltos e roubos de bola de Shawn Marion (3º e 4º da Liga, nas respectivas categorias). São os principais candidatos ao título, a par de Miami Heat e San Antonio Spurs. Os Sacramento Kings sobreviveram às lesões e à saída de Chris Webber, saindo beneficiados com a troca de Doug Christie por Cuttino Mobley, ex-Orlando. Na 1ª época sob a liderança total de Kobe Bryant, os Los Angeles Lakers acabaram com 34v-48d, a 11 vitórias do playoff e atrás dos vizinhos Clippers. Estes últimos estiveram melhor que o esperado, alcançando o seu melhor registo desde 1992-93. Os prometedores Golden State Warriors acabaram com o mesmo registo dos Lakers, mas terminaram em alta, com 18v-10d desde a entrada de Baron Davis (ex-New Orleans).

Os San Antonio Spurs venceram a divisão Sudoeste com apenas uma vitória de avanço sobre os Dallas Mavericks, mas tiveram sempre a situação controlada. Ressentiram-se da ausência por lesão de Tim Duncan no final da regular season, enquanto que os Mavs acabaram com 9 vitórias consecutivas. Os Houston Rockets também acabaram em alta, com 7 vitórias consecutivas, e vão ser um osso duro de roer. Na única divisão a colocar 4 equipas no playoff, também os Memphis Grizzlies se destacaram, sobrevivendo à lesão de Pau Gasol (perdeu cerca de 25 jogos). Tal como esperado, os New Orleans Hornets, na sua 1ª época no Oeste, tiveram muitas dificuldades. Jamal Mashburn esteve lesionado toda a época, Baron Davis começou lesionado e acabou trocado para Golden State. Conclusão: os Hornets ganharam 18 partidas, tantas quantas os novatos Bobcats. Pior, só Atlanta.

Fim da época regular da NBA - Conferência Este

NBA

A época regular da NBA chegou ao fim e o playoff está a começar. Como tal, está na altura de efectuar um balanço sobre aquilo que se passou até agora.

Conferência Este

Na divisão Atlântico imperaram os Boston Celtics, em boa parte graças ao regresso de Antoine Walker à equipa, depois de passagens falhadas por Dallas e Atlanta. Os Philadelphia 76ers e os New Jersey Nets também chegaram ao playoff (foram mesmo os últimos a conseguirem-no no Este) e bem podem agradecer a Allen Iverson (melhor marcador da regular season, 2º da NBA em roubos de bola e minutos por jogo e 5º nas assistências) e Vince Carter (chegado de Toronto durante a época), respectivamente. A chegada de Chris Webber a Philadelphia durante a época foi também fundamental para o imprevisto sucesso dos 76ers. Os New York Knicks, única equipa da divisão acima dos 50% de vitórias no fim de 2004, tiveram um Janeiro horrível (2v-13d), nunca mais recuperaram e acabaram a época na cauda do Atlântico, em igualdade com os Toronto Raptors, muito afectados pela supracitada saída de Carter.

Os Detroit Pistons (campeões da NBA em título) venceram tranquilamente a divisão Central, pois a esperada oposição dos Indiana Pacers foi ceifada em Novembro, depois das suspensões de Ron Artest (até final da época), Jermaine O'Neal e Stephen Jackson - 3 dos melhores jogadores da equipa - na sequência da "batalha campal" ocorrida em Detroit, frente a adeptos dos Pistons. Os surpreendentes Chicago Bulls ficaram em 2º na divisão e 4º na conferência, alcançando o playoff pela 1ª vez desde 1998 e a retirada de Michael Jordan. Já os Cleveland Cavaliers de LeBron James falharam-no, no desempate no confronto directo com os Nets, enquanto que os Milwaukee Bucks foram claramente os últimos da divisão.

Na divisão Sudeste moram os campeões de conferência na época regular: os Miami Heat, de Dwyane Wade e Shaquille O'Neal, que mostram um entrosamento assinalável. Os Orlando Magic, apesar do triunfal regresso em pleno de Grant Hill depois de 5 anos fustigado por lesões, ficaram inesperadamente a 6 vitórias do playoff. Em Washington, os Wizards, com Gilbert Arenas em grande, foram uma surpresa agradável. Já os Charlotte Bobcats apenas conseguiram 18 vitórias (em 82 jogos) na época de estreia, mesmo assim melhor que os Atlanta Hawks, a pior equipa da NBA, com apenas 13.

quarta-feira, abril 20, 2005

Tudo na mesma, com uma ligeira diferença

SuperLiga

O Benfica continua a atacar muito, a criar muitas oportunidades de golo e a ter dificuldades em concretizá-las. Continua a jogar com muito coração, mas com pouca cabeça. Continua a depender da inspiração do milagreiro São Mantorras.

O Sporting continua uma máquina de fazer golos. O Ricardo e restantes companheiros do sector recuado continuam a não inspirar confiança nenhuma, mas o "Levezinho" continua a resolver.

O Braga continua a ganhar os seus jogos discretamente, perdendo progressivamente a timidez nas declarações em relação aos objectivos a alcançar. Continua a ter a melhor defesa da SuperLiga.

Ou seja, parece que nada mudou na 29ª jornada. Pois, parece, mas não é. Desta vez, o milagre do santo padroeiro da Catedral da Luz não permitiu alcançar a redenção total, principalmente porque um guardião das Trevas, de seu nome Costinha, assim não quis.

Então somando 2 jornadas, quem de 6 tira 5 fica com 1.

quinta-feira, abril 14, 2005

Next!

Taça UEFA

Que jogatana do Sporting! Empolgante! As gargalhadas aquando do golo do Newcastle e, porque não dizê-lo, durante quase toda a 1ª parte, deram origem a um sentimento de transmissão de energia positiva e de esperança no período pós-empate.

O relativo orgulho no momento do 2-1 rapidamente se transformou numa incredulidade abissal quando o Beto marcou o golo da reviravolta na eliminatória. Depois do 3-1 já não havia volta a dar e mesmo a equipa do Newcastle já se sentia derrotada e incapaz de voltar a marcar.

Quanto ao jogo, três notas muito rápidas:
- Mais uma exibição fantástica do João Moutinho! Costinha e Maniche?! Será que o Moutinho e o Manuel Fernandes não davam um meio-campo de luxo na selecção? Será boa-vontade minha a mais? Pois, já sei, são muito novos. E então?
- A saída do Dyer foi o momento-chave da partida, na minha opinião. Com a sua saída, o Newcastle perdeu o único elemento capaz de levar a bola ao Shearer e, simultaneamente, criar perigo por ele próprio, com a sua velocidade estonteante. E foi substituído pelo Kluivert, desguarnecendo o meio-campo numa altura em que ainda lideravam a eliminatória. E mais, o Kluivert, neste momento, nem numa equipa treinada pelo Luís Campos jogava.
- Finalmente, que projecto de defesa é aquela do Newcastle? Até o Argel e o Amoreirinha tinham hipóteses de lá jogar...

Motivações para além dos pontos...

SuperLiga

O Benfica jogou pouco, muito pouco, em Vila do Conde, mas até podia ter ganho. E quando já todos esperavam o empate, conseguiu perder.

Eu sei que foi a quente, depois de um jogo frustrante, perdido a acabar, mas nada disto justifica as declarações do Petit. Sobretudo vindas de um jogador que deixa a pele em campo. E o pedido de desculpas no dia seguinte, mais do que uma prova de carácter e bom senso do próprio, cheira-me a ordens superiores. Até porque o Petit não me parece tipo para dizer alhos num dia e bogalhos no dia seguinte.

P.S.: No tempo do Cruijff, o Barcelona pagou umas maquias razoáveis ao Tenerife para ganharem ao Real Madrid, na última jornada do campeonato espanhol, em duas épocas consecutivas (caprichos de calendário). O certo é que o Tenerife ganhou os dois jogos e o Barça festejou ambos os títulos.

quarta-feira, abril 06, 2005

Olha quem se juntou à festa

SuperLiga

Pronto, já está! O Postiga marcou! Finalmente! Já se pode juntar a matadores tão ilustres, como Nuno Gomes, Luís Fabiano, Pinilla ou Karadas. Já estão quase todos, só falta o Mota...

Aguenta coração!

SuperLiga

Domingo à noite. O Sporting esmagara o Boavista na véspera, o Porto acabara de bater o Gil Vicente com penas e trabalhos. Estádio da Luz praticamente cheio. Cheirava a título, até o encarregado do departamento de limpeza dizia, num sketch do Gato Fedorento (ou pelo menos da sua parte benfiquista) que passava nos placards electrónicos. Ambiente fantástico. Gritava-se pelo Benfica a plenos pulmões, com gosto e não apenas para fazer a vontade ao speaker.

Nuno Gomes marca aos 6'. O Marítimo empata de imediato, mas o Benfica chega rapidamente ao 3-1. Ouve-se o grito, reprimido por uma década, "nós só queremos o Benfica campeão". van der Gaag reduz à passagem da meia-hora. O espectro de uma reedição do jogo com o Rio Ave paira no ar. O intervalo serena as emoções, mas a 2ª parte começa com o golo do empate. A impaciência instala-se e ouvem-se alguns assobios.

Por volta dos 65', Mantorras é chamado para entrar na partida. A expectativa é enorme. O crescendo da resignação dá lugar a uma fé inabalável, a uma crença na vitória.

Nuno Gomes marca, mas o árbitro anula por indicação do assistente. O relógio avança galopante. Luisão atira ao poste na sequência de um canto. Sobrevaloriza-se a dificuldade dos jogos que faltam, desvaloriza-se a dificuldade do calendário dos rivais. Karadas substitui Nuno Assis, é mais um para o "barulho". Uns desesperam, outros acreditam no milagre.

Eis que aos 86', chuveirinho para a entrada da área, Karadas toca de cabeça e Mantorras remata. Com pouca força. Marcos toca na bola. Mas não impede que ela ultrapasse a linha fatal. O estádio irrompe num momento de delírio, estranhos abraçam-se, os cachecóis são agitados freneticamente. Os gritos de "Benfica" sucedem-se, cada vez com mais força, até ao apito final, que origina um enorme suspiro de alívio. A 2ª final estava ganha, faltam 7. Os jogadores envolvem-se num abraço comum, de união, a meio-campo, do qual o público se sente parte integrante.

Só podia ser ele, nem era concebível que o protagonista fosse outro. O final podia não ser o mais feliz, mas a acontecer, estava destinado a ter aquele gostinho especial. Simplesmente Mantorras.

P.S.: Parabéns ao Marítimo, pela excelente exibição! Futebol de ataque, 4 unidades claramente viradas para o ataque, o vigoroso Chainho a encher o campo e... uma defesa de papel.

P.P.S: Que necessidade têm os jogadores do Sporting (curiosamente os mais experientes) de responderem às provocações de elementos ligados a uma equipa que acabaram de golear (e de forma absolutamente justa), pela segunda vez nesta época?

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