quinta-feira, novembro 27, 2008

Mès que un club!

Normalmente, quando me desloco a um estádio de futebol (ou a um pavilhão), faço-o na ânsia de assistir a uma vitória da equipa pela qual torço (que habitualmente é o Benfica). A qualidade exibicional é um factor que fica para segundo plano. Contudo, na última quarta-feira, desloquei-me ao Estádio Alvalade XXI com o mesmo estado de espírito de quem vai assistir a uma ópera. Não hesitei em contribuir com 30 Euros (60 Euros, se considerarmos também o preço do bilhete da minha namorada) para a receita de bilheteira de um dos maiores rivais do meu clube, na esperança de ser deslumbrado por um Barcelona que está a praticar o futebol mais atractivo da Europa.

Não vi um Barcelona na máxima força. Iniesta está lesionado, Puyol e Yaya Touré não vieram a Lisboa e Eto'o ficou no banco, por exemplo. E mesmo limitando-se a jogar o q.b. perante um Sporting amorfo, apático, macio, sem agressividade nem atitude, o Barcelona impressionou-me. E concluí que na televisão não nos conseguimos aperceber da dinâmica que o Barça imprime ao seu jogo. É incrível a cultura de posse de bola e de passe curto, a ocupação de espaços e a técnica individual dos seus jogadores. O "chutão" para a frente é uma expressão que não entra no léxico de Guardiola y sus muchachos blaugranas. É raríssimo qualquer jogador efectuar cruzamentos inócuos.

Não vou dissecar os muitos erros que o Sporting cometeu ao longo do jogo. Os jogadores e a equipa do Sporting são muito inferiores ao Barcelona e sabem-no, o que, aliás, acontece com qualquer equipa portuguesa e com a maior parte das equipas europeias. Em cima disso, o Sporting até se pode queixar do azar e do anormal número de deslizes individuais infantis que foram cometidos.

Mas o Barcelona é sinónimo de futebol-espectáculo, o equivalente ao showtime dos Lakers da década de 80, de Magic Johnson e Kareem Abdul-Jabbar. Daniel Alves é um atacante disfarçado de defesa-lateral. Quando em posse de bola, recorrentemente o lateral brasileiro avançou para uma posição de extremo, beneficiando da tendência de Hleb para pisar terrenos mais centrais. Piqué abria um pouco mais na direita e, no lado contrário, Cáceres recuava e assumia-se como terceiro central. Do lado contrário estava um losango a meio-campo, onde não havia um extremo que acompanhasse as subidas de Daniel Alves. O interior-esquerdo, Moutinho, não sabia se acompanhava o brasileiro ou se marcava Xavi, tão só o melhor jogador do Euro'2008.

Chegamos então a Xavi. Em pezinhos de lã, sem dar nas vistas, dos pés dele a bola sai sempre para o local certo, no tempo certo. O primeiro toque é para a recepção, o segundo é para o passe. Sempre de cabeça levantada. Absolutamente fantástico. O miúdo Sergio Busquets jogava como um veterano e até Gudjohnsen parecia um "jogador da bola". Com 3 jogadores no meio-campo, contra 4 do Sporting, cada jogador do Barcelona tinha sempre um colega livre a quem endossar a bola. Parece um contrasenso, não é?

E na frente... Messi. Para quê falar de Hleb ou de Henry (longe, muito longe dos tempos do Arsenal)? Bola nos pés da Pulga é sinónimo de arte. Se na recepção da bola, Messi a consegue colar ao pé esquerdo, depois é virtualmente impossível roubar-lha sem cometer falta. Se não se fizer falta, é certo que a baliza do adversário vai correr perigo. Se se fizer falta, pode sempre haver um qualquer Xavi para enviar a bola à trave na sequência do respectivo livre.

Em suma, fiquei maravilhado e vou guardar para sempre a recordação desta ária, perdão, partida de futebol que, mesmo não sendo brilhante, mostrou que ainda pode haver lugar para o romantismo no futebol moderno, no futebol-indústria.

P.S.: Para quem desconhece, o meu avô materno era catalão e barcelonista ferrenho. Daí ter o apelido Miró, do qual muito me orgulho. E só há dois clubes pelos quais tenho mais carinho do que o Barcelona: o Benfica e o Manchester United. Mas quero deixar bem claro que a minha presença no Alvalade XXI se deveu à vontade de assistir in loco a esta máquina de futebol, mais do que propriamente devido a qualquer paixão clubística.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Ninguém pára o... Leixões?!

Sem prejuízo do Estrela da Amadora - F.C.Porto que ainda está por se disputar, qualquer análise à 9ª jornada da Liga Sagres versará sobre os triunfos forasteiros dos dois grandes da Segunda Circular. O Benfica venceu facilmente a Académica, em Coimbra, onde não perde há 35 anos. E, não muito longe, o Sporting sofreu para levar de vencida a Naval, num jogo extremamente polémico, com penalties e expulsões, à boa maneira portuguesa. Claro que, após uma partida tão sobressaltada, o D.Quixote de la Mancha lusitano não enjeitou a oportunidade para continuar a sua cruzada contra os moinhos de vento, voltando a brandir desenfreadamente a sua espada contra a arbitragem. Mas, como o que é demais também chateia, Paulo Bento devia perceber que estas declarações inflamadas (e desta vez sem razão nenhuma!) reflectem-se principalmente nos jogadores que comanda, cujo nervosismo é cada vez mais latente. Só assim se pode perceber que os experientes Derlei e Caneira tenham reincidido nas expulsões. Fica uma palavra de apreço para os outros 9 leões, que resistiram de forma estóica ao inconsequente ataque final dos figueirenses.

Mas e o que dizer do bravo Leixões? Após as vitórias no Dragão e em Alvalade e o estatuto de líder justo do campeonato de que começa a granjear na opinião pública, cada vez mais se teme que a equipa seja incapaz de manter os índices de motivação e de concentração, quando os adversários são de menor nomeada. Pois bem, José Mota e seus pupilos voltaram a responder de forma positiva a este desafio, vencendo em Vila do Conde, onde o Rio Ave já roubara 2 pontos a Porto e Benfica.

Ora bem, com quase um terço do campeonato já disputado, o Leixões perdeu em casa com o Nacional na jornada inaugural, empatou com o Benfica num jogo onde até merecia mais e... venceu as outras 7 partidas! Fora do Estádio do Mar são 5 vitórias em 5 jogos, incluindo os brilharetes no Dragão e no Alvalade XXI. A equipa de Matosinhos perdeu apenas 5 pontos em 27 possíveis e possui o 2º melhor ataque da Liga (a um golo do Benfica).

A estrutura do Leixões assenta essencialmente num guarda-redes que dá espectáculo na baliza, numa defesa compacta mas que até nem prima pela solidez, num trio de meio-campo extremamente lutador e que até aparece para finalizar (vide os 2 golos de Bruno China ou o golo de Roberto Sousa em Alvalade), na velocidade de Diogo Valente e do jogador-revelação Braga (ex-Leça) e finalmente na arte e na veia goleadora do artilheiro Wesley, melhor marcador da Liga Sagres, com 6 golos (a par de William, do Paços de Ferreira).

Não só José Mota continua a tirar o melhor rendimento de Wesley, como ainda tem conseguido mesclar a vasta experiência no escalão maior do futebol português de Laranjeiro, Zé Manuel ou Castanheira, com a "prata da casa" (Nuno Silva, Élvis, Joel, Bruno China ou Hugo Morais) e com jovens valores como Beto, Vasco Fernandes, Braga e Diogo Valente.

Apesar de apreciar muito esta lufada de ar fresco, não acredito que o Leixões se consiga manter no topo por muito mais tempo. Mas, dado o nível muito fraco ostentado por mais de metade das equipas do nosso débil campeonato e caso o mercado de Inverno não provoque uma revolução no (Estádio do) Mar, prevejo que os bebés de Matosinhos possam estar na luta pelo apuramento para a Taça UEFA. Pelo que já mostraram, podem perfeitamente ombrear com o novo-rico Braga; com as equipas da Madeira (sempre assentes na premissa da concorrência desleal face aos adversários do Cont'nente) e quiçá com um ainda errático Vitória de Guimarães.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Brasil 6-2 Portugal

Ponto prévio: tomei a feliz decisão de não ficar acordado pela madrugada dentro para assistir ao Brasil - Portugal, pelo que não me vou pronunciar quanto à exibição da nossa selecção.

Ainda assim, não podia deixar passar em claro a pesada derrota da equipa das quinas em Brasília. E não consigo resistir à tentação de culpar Carlos Queiroz. Mas os nossos jogadores também partilham quota-parte da responsabilidade!

Quanto às opções de Queiroz, deixei bem claro o que penso das mesmas num post anterior, antes do jogo, aquando da convocatória. Agora, confrontado tanto com o resultado da partida, como com o 11 inicial e posteriores substituições de Queiroz, parece-me elementar que falta mesmo um trinco à selecção. À falta de melhores alternativas, porque não apostar definitivamente em Meira? Enfrentar a canarinha de Kaká, Elano e Anderson, para além de Robinho e Luís Fabiano, com um meio-campo com tracção à frente, é puro suicídio. Até Dunga teve o bom-senso de fazer alinhar o veterano Gilberto Silva como "cabeça de área"...

Será possível que, em 3/4 meses, Queiroz já tenha desbaratado quiçá o maior mérito de Scolari: o élan, a empatia, o apoio que forjou entre a população e a Selecção?

Depois temos os jogadores. Ronaldo tarda em igualar na selecção os desempenhos que alcança no Manchester United. E segundo me constou, contra o Brasil voltou a insistir nos lances individuais. Ora, Ronaldo já perdeu o individualismo no Manchester United, mas na Selecção parece que se sente na obrigação de ser ele próprio a decidir sistematicamente sozinho todos os problemas. Por seu lado, e baseio esta ideia em jogos anteriores, Nani tem cada vez mais tiques de vedeta e quase que parece atravessar uma regressão no seu desenvolvimento como jogador. Paulo Ferreira e Hugo Almeida nunca deixarão de ser jogadores medianos. Danny está a aparecer na cena internacional e demonstra inconsistência, ora produzindo boas exibições, ora falhando golos de forma escandalosa. Os médios centro têm qualidade, mas só Deco consegue ser regular. Bruno Alves não tem nada a ver com Ricardo Carvalho. E até Quim já viveu melhores dias. No fundo, esta selecção assemelha-se a um castelo de cartas, que já se começou a desmoronar (já desde o apuramento para o Euro-2008). Espero que este edifício se aguente sem ruir e que consigamos marcar presença no Mundial-2010. Mas confesso que estou cada vez mais pessimista.

domingo, novembro 16, 2008

Estrelas do futuro I - Joe Hart

Nome: Joe Hart
Posição: Guarda-redes
Data de nascimento: 19-04-1987 (21 anos)

Nacionalidade: Inglês
Clube actual: Manchester City


Hart é um guarda-redes extremamente ágil, sobretudo se considerarmos a sua elevada estatura (1,91m). Apesar de ainda ser muito jovem, transparece uma maturidade crescente, revela muita segurança e transmite cada vez mais confiança a uma equipa que aposta forte nesta época, sobretudo após a aquisição do clube pelo Abu Dhabi United Group. Até à data, Hart é totalista em 2008-2009, tanto na Premier League como na Taça UEFA, num total de 19 jogos. Aliás, se o Manchester City está naquela competição europeia, em muito o deve a Hart, que brilhou na 2ª mão da 2ª pré-eliminatória, defendendo dois penalties no desempate final que permitiu ao City superar o Midtjylland, na Dinamarca.

O início da carreira


Joe Hart iniciou a carreira no Shrewsbury Town, o clube da sua cidade natal. Em Abril de 2004, um dia após o seu 17º aniversário, Hart estreou-se na equipa principal, numa partida da Conference, o 5º escalão do futebol inglês. Nessa época de 2003-2004 disputaria apenas mais um jogo e este panorama de utilização escassa não se alterou na época seguinte, já que o guarda-redes participou em 6 partidas, agora na League Two (4º escalão). Contudo, em 2005-2006, aos 18 anos, Hart assumiria a titularidade e com enorme sucesso, pois disputou todos os 46 jogos do campeonato e os seus bons desempenhos ainda lhe valeram a primeira chamada à selecção inglesa (sub-19) e o prémio de melhor guarda-redes da época na League Two.


A transferência para o Manchester City

Dado o enorme entusiasmo existente à volta de Hart, foi sem surpresa que, em Maio de 2006, foi anunciado que o Manchester City tinha contratado o guarda-redes, por um valor inicial de 600.000 libras (cerca de 880.000 Euros, ao câmbio da época), que poderiam ascender a 1.500.000 libras (ou 2.200.000 Euros) da seguinte forma: 5.000 libras por cada um dos primeiros 80 desafios em que Hart participasse pela equipa principal do Man.City (num total de 400.000 libras) e mais 500.000 libras, quando o guarda-redes participar num jogo oficial pela selecção inglesa (os jogos amigáveis não são considerados).

O jovem Hart assumiu a posição de 3º guarda-redes mas, logo em Outubro desse ano, estrear-se-ia na Premier League, frente ao Sheffield United, substituindo o lesionado Nicky Weaver e beneficiando ainda da ausência do sueco Isaksson, também devido a problemas físicos. Na época de estreia, disputou 4 jogos na Premier League, mantendo as redes invioladas em 3 deles. Ainda nessa temporada, Hart chegou à selecção de sub-21 e cumpriu dois empréstimos de um mês em clubes de escalões inferiores. As boas exibições foram premiadas com a convocatória para o Europeu de sub-21, disputado na Holanda. Contudo, Hart foi sempre suplente de Scott Carson e a Inglaterra seria eliminada pelos anfitriões nas meias-finais, no desempate por penalties mais longo de que há registo na história do futebol.


A conquista do seu espaço na Premier League

Na época seguinte (2007-2008), Sven-Goran Eriksson assumiu o comando do Manchester City, manteve Hart no plantel principal e acabou por entregar-lhe a titularidade à 8ª jornada. O guarda-redes fez 6 jogos consecutivos (estando presente no descalabro em Stamford Bridge, onde o City perdeu 6-0 com o Chelsea), não foi opção nos 4 jogos seguintes, mas voltou ao 11 na 18ª jornada e por lá se manteve até à 37ª e penúltima jornada, escapando assim aos humilhantes 8-1 com o Middlesbrough brindou o City no fecho do campeonato. O percurso de Hart incluiu ainda uma vitória histórica por 2-1 em Old Trafford, frente ao arqui-rival Manchester United, a primeira do City no "Teatro dos Sonhos" desde Abril de 1974.


A selecção principal

E depois de uma época verdadeiramente brilhante, surgiu finalmente a estreia pela selecção principal inglesa, pela mão do novel seleccionador inglês Fabio Capello, num particular com Trinidad e Tobago, em Junho de 2008. Com o eclipse de Paul Robinson e com David “Calamity” James, ainda titular da selecção aos 38 anos, cada vez mais próximo do final da sua carreira, adivinham-se novas oportunidades para Joe Hart no futuro próximo, até porque o guardião está na lista de convocados de Capello para o Alemanha – Inglaterra, que se disputará na próxima quarta-feira
.

sexta-feira, novembro 14, 2008

As opções de Queiroz

As convocatórias para a Selecção Nacional são sempre um tema polémico, seja na antecâmara de um Europeu ou Mundial, ou apenas para a disputa de um jogo particular. E a partida com o Brasil, a disputar-se dentro de uma semana, não é excepção. Ainda para mais porque Carlos Queiroz voltou a elaborar uma convocatória que não está isenta de surpresas, tal como tem sido seu apanágio desde que regressou ao comando da nossa selecção.

Na baliza, nada a dizer. Quim e Eduardo têm sido as opções de Queiroz e são-no com inteira justiça. Aliás, se atentarmos no lote dos melhores guarda-redes portugueses, são os únicos que são titulares indiscutíveis, contrariamente ao que sucede com Ricardo, Moreira e Nuno Espírito Santo. Daniel Fernandes, Beto e Rui Patrício estarão num patamar inferior.

Quanto aos laterais, se Bosingwa e Miguel (a subir de forma no Valencia) são indiscutíveis, confesso que não entendo a insistência em Paulo Ferreira. Não é titular no Chelsea, na sua posição de raiz é claramente inferior aos jogadores supracitados e a sua adaptação ao flanco esquerdo não é propriamente feliz. É certo que a aposta em Antunes não surtiu efeito e que uma hipotética adaptação de Caneira também não será o caminho a seguir. Mas, partindo do princípio que César Peixoto foi chamado para desempenhar funções no meio-campo (posição onde tem jogado no Braga), não consigo entender a ausência de Jorge Ribeiro. Curiosamente, Queiroz apostou nele quando não era titular no Benfica; mas desde que ganhou o lugar no seu clube (e com exibições regulares, sem comprometer), deixou de ser chamado para a selecção, situação que já ocorreu aquando do duplo confronto-fiasco com Suécia e Albânia.

No eixo da defesa, destaque para a ausência de Ricardo Carvalho, com problemas físicos recorrentes. Pepe, Bruno Alves e Meira são nomes consensuais. A opção seguinte seria Tonel, mas também ele se encontra lesionado. E entre Caneira e Rolando, Queiroz acabou por escolher o portista. A meu ver, é uma boa decisão, até porque se trata de um jovem na curva ascendente da carreira, sendo necessário aferir se se trata de “material de selecção”. De qualquer forma, não é líquido que Rolando tenha sequer direito a alguns minutos em campo contra o Brasil, mas é uma óptima oportunidade para o seleccionador acompanhar de perto um jogador que não conhecerá aprofundadamente. Ricardo Rocha e Ricardo Costa são cartas completamente fora do baralho, já para não falar no infeliz Jorge Andrade.

No meio-campo, Meireles, Moutinho, Maniche, Tiago e Deco. São escolhas que se aceitam. Moutinho e Deco são indiscutíveis. Se estiver em bom momento, Maniche também ainda é indiscutível (mas será que continuará a sê-lo por alturas do Mundial 2010, se lá chegarmos?). Meireles também está melhor que Miguel Veloso e as recentes boas prestações de Tiago na Juventus (finalmente!) justificam plenamente o seu regresso. Sem dúvida, todos eles são bons jogadores, mas constituem um leque desequilibrado de opções. Falta-nos um verdadeiro trinco (Petit ainda não tem substituto à altura) e um backup para Deco (quiçá um Manuel Fernandes mais experiente ou um Carlos Martins mais consistente). Se repararmos, a posição em que Meireles, Moutinho, Maniche e Tiago melhor encaixam, num 4-2-3-1, é a posição “8”, o box-to-box, o segundo médio. Portanto, penso que Queiroz irá apostar cada vez mais em Fernando Meira para a posição 6, sobretudo nos jogos teoricamente mais complicados.

Para o ataque foram chamados Simão, Nani, Danny, César Peixoto, Cristiano Ronaldo e Hugo Almeida. Antes de mais, esta convocatória é um aviso velado a Ricardo Quaresma. Enquanto o cigano tarda em afirmar-se no Inter, Queiroz vai experimentando alternativas para as alas, primeiro Duda e agora César Peixoto. A ausência de jogadores como Nuno Gomes, Postiga ou Yannick Djaló também indicia que, cada vez mais, Cristiano Ronaldo se irá assumir como o ponta-de-lança da selecção. Pelo menos até Liedson estar disponível. Será que nessa altura Queiroz vai finalmente desistir de chamar o limitado Hugo Almeida?

De forma a deixar bem clara a minha opinião sobre este tema, a minha convocatória para este jogo, ceteris paribus, não incluiria Paulo Ferreira, César Peixoto nem Hugo Almeida. Para os seus lugares, convocaria Jorge Ribeiro, Quaresma e Nuno Gomes. E já agora, o “meu” 11 seria o seguinte: Quim na baliza, um quarteto defensivo composto por Bosingwa, Pepe, Bruno Alves (apenas porque Ricardo Carvalho está indisponível) e Jorge Ribeiro, Meira como médio mais defensivo, atrás de Maniche e Deco, Simão e Danny nas faixas e Ronaldo na frente. Como está bom de ver, os jogadores dispor-se-iam em campo no afamado 4-2-3-1, táctica à qual a selecção está praticamente amarrada, dadas as características dos jogadores convocáveis.

terça-feira, novembro 11, 2008

Um clássico com muita Paixão

Sinceramente, não sei quem terá mais razões de queixa de Bruno Paixão, se o Sporting ou o Porto, se Paulo Bento ou Jesualdo Ferreira. O chorrilho de disparates foi tal que se torna impossível afirmar qual a equipa mais prejudicada.

Por outro lado, também não podemos ilibar os jogadores, pois dificultaram bastante a tarefa ao árbitro. Ainda assim, Bruno Paixão mostrou-se incapaz de gerir os conflitos e adicionou-lhes os seus próprios erros, criando uma atmosfera de tensão crescente que, inevitavelmente, terminou com polémica e com declarações proferidas a quente, que em nada dignificam o futebol. Apesar de tudo, louve-se o toque humorístico que Paulo Bento consegue imprimir às suas declarações, ainda que inconscientemente. Questionado acerca dos lances capitais que, na sua opinião, teriam sido mal ajuizados pelo árbitro, o treinador da célebre “tranquilidade” atirou um seco “tem aí uma folha A4?”. Uma verdadeira pérola, a que lhe podemos juntar uma tirada que bem pode servir de exemplo num qualquer manual escolar de Filosofia de 11º ano, no capítulo de Lógica: “os árbitros são uns incompetentes! Se os tornarem profissionais, passam a ser profissionais incompetentes!”. Ora, este tipo de comentários, quando proferidos com aquela expressão facial dura e séria e num registo vocal forte, sem hesitações nem cerimónias, geram um efeito cómico difícil de igualar no mundo do futebol. Valha-nos isso…

Virando a agulha para o futebol propriamente dito, gostaria de ressalvar:
- o regresso de Helton às boas exibições;
- o belo golo de Hulk, fruto da sua velocidade (ou da lentidão de Rochemback), do seu individualismo e da sua potência. Como no melhor pano cai a nódoa, Hulk acabou por praticamente expulsar-se a si próprio, com uma simulação ridícula que lhe valeu o 2º amarelo. Que ingenuidade de um verdadeiro diamante por lapidar, que até tinha mostrado tarimba q.b., ao provocar o 2º amarelo de Caneira.
- a insistência em Pedro Emanuel como lateral-esquerdo, que só prova a falta de confiança de Jesualdo, porventura justificada, em Lino e Benitez. Já referi anteriormente que não me parece que esta alteração beneficie o Porto, porque o que se ganha em experiência, perde-se em velocidade e rotinas.
- a saída de Rodriguez da equipa titular. Poderia ser uma aposta para manter, mas a expulsão de Hulk provavelmente conduzirá ao regresso do Cebola à titularidade;
- o regresso de Romagnoli à equipa titular e a deslocação de Miguel Veloso para lateral-esquerdo, a posição maldita. Também já o disse anteriormente, penso que o Sporting ganha com a ausência de El Pipi e, quando Tonel e Caneira estiverem disponíveis simultaneamente, Paulo Bento terá necessariamente de apostar em Caneira na esquerda, Veloso a trinco e Moutinho como número 10. Grimi e Romagnoli não são mais do que opções válidas para o banco de suplentes.
- a ausência de Yannick Djaló e, sobretudo, Liedson da conversão das grandes penalidades. Para além deles, só Pedro Silva e Rui Patrício não foram chamados a converter. Como é que Abel é chamado a bater um penalty, já na fase da morte súbita, antes de Liedson? A dúvida assaltou-me logo em tempo real. Ora, foi entretanto noticiado que o Levezinho não bateu nenhum penalty devido a dores musculares. Então porque não saiu ele em vez de Izmailov, quando entrou Rodrigo Tiuí, aos 119 minutos, numa substituição claramente feita a pensar no desempate fatal? Se Paulo Bento se tivesse apercebido dessas queixas, descartaria o futuro ponta-de-lança da selecção portuguesa e deixaria Izmailov em campo. Na minha opinião, Paulo Bento contava com Liedson para os penalties e o Levezinho absteve-se da responsabilidade. Seja porque motivo foi, o Levezinho resolveu… não querer resolver!

quinta-feira, novembro 06, 2008

Liga dos Campeões: Portugal 3-1 Ucrânia

Pela primeira vez desde que esta competição se disputa com uma fase inicial de grupos, o Sporting garantiu o apuramento para os 1/8 final da Liga dos Campeões. Este feito inédito deve-se sobretudo à dupla vitória sobre o Shakhtar. E tal como em Donetsk, os leões voltaram a assinar exibição pálida, parca em dinâmica, mas ainda assim defensivamente sólida, acabando por beneficiar de um rasgo genial de Izmailov, um dos poucos desequilibradores do plantel (a par de Vukcevic e Liedson). Saliente-se a notória subida de forma de Rochemback, que parece começar a assumir as funções de um verdadeiro box-to-box, o que aliado ao regresso natural de Miguel Veloso ao vértice mais recuado do losango, implica a saída de Romagnoli da equipa titular. Na minha opinião e retirando Vukcevic desta equação, o Sporting apresentou frente ao Shakhtar a configuração mais forte do losango (Veloso atrás, Roca na meia-direita, Izmailov na meia-esquerda e Moutinho no apoio aos avançados) e só terá a ganhar se assim se mantiver nos próximos jogos.

Quanto ao FC Porto, há que enaltecer o espírito guerreiro da equipa, que foi capaz de operar a reviravolta a um resultado negativo, isto numa partida quase decisiva para as suas aspirações na competição e que foi disputada sob uma conjuntura extremamente adversa, dadas as três derrotas consecutivas que precediam o encontro de Kiev. Jesualdo Ferreira devolveu (finalmente!) a titularidade a Helton, mas voltou a inventar num jogo importantíssimo, desta vez com a colocação de Pedro Emanuel como defesa-esquerdo. Confesso que não entendo a tendência, quase suicida, do treinador do FCP para experimentar em jogos de elevado grau de dificuldade / importância, na Champions League. Recordo-me, por exemplo, da aposta altamente falhada no 4-4-2 (com Ricardo Costa no 11, em vez de Lisandro), em detrimento do entrosado 4-3-3, no Arsenal 2-0 FCP, em 2006-2007. E recordo-me ainda da titularidade surpresa de João Paulo, como lateral, em Gelsenkirchen, no Schalke 04 1-0 FCP, nos 1/8 final da época passada. A aposta no lento Pedro Emanuel para uma posição que exige velocidade, no jogo de Kiev, é apenas o último destes episódios.

Após este confronto Portugal - Ucrânia, que se saldou em 3 vitórias lusitanas contra apenas um desaire, Portugal reforçou a vantagem que detinha precisamente sobre a Ucrânia no ranking da UEFA, segurando o 9º lugar e aproximando-se da Holanda (8º), mas principalmente da Roménia (7º), que já perdeu quase todos os seus representantes na UEFA e cuja ultrapassagem será o objectivo mais realista a que nos podemos propor.
O nosso país prepara-se ainda para o feito assinalável que será a colocação de ambos os seus representantes nos 1/8 final da melhor competição europeia de clubes. Basta para isso que o FC Porto confirme, já na deslocação a Istambul, os sinais de retoma que deixou transparecer em Kiev. Contudo, a ausência de Lucho, El Comandante, poderá complicar a missão dos portistas.

E já que abordamos este assunto, será que tirar a camisola nos festejos de um golo é mesmo um gesto com gravidade suficiente para ser punido com um cartão amarelo? É que neste caso específico, não se trata de um mero cartão amarelo, mas sim de um cartão amarelo que implica uma expulsão inglória (e consequente suspensão) e que só é exibido porque um jogador decide extravasar a alegria que sente, por ter marcado um golo no último minuto de um jogo fulcral, oferecendo a vitória à sua equipa, que até vinha de 3 derrotas consecutivas.

As orientações da UEFA e da FIFA não passam por proteger os artistas? Admoestar um jogador com um cartão amarelo por tirar a camisola nos festejos de um golo protege os artistas?

terça-feira, novembro 04, 2008

O palhaço e a pantera

Ao depararem-se com o título acima, os mais desatentos ao fenómeno do futebol poderiam pensar que tratar-se-ia de um qualquer número de circo.
Caso contrário, já terão percebido que me refiro a Pablo Aimar e David Suazo.

O futebol é obviamente um jogo de equipa, em que o talento individual até pode decidir um jogo, mas nunca um campeonato. Prova disto é que, certamente, todos concordarão que o esforço e a superação de todos os jogadores foram essenciais para ajudar o Benfica a resistir ao futebol (demasiado) directo do Vitória de Guimarães, à expulsão (justa) de Reyes e à arbitragem infeliz de Carlos Xistra (que "inclinou o campo", com uma dualidade de critérios atroz, quer técnica quer disciplinarmente).

Contudo, por mais incidências que tenham apimentado o resto da partida, esta será para sempre recordada pela jogada do primeiro golo do Benfica. Andrezinho trabalha sobre Jorge Ribeiro na direita, a meio do meio-campo do Benfica. Executa um passe para o centro do terreno, mas em direcção a Aimar. A visão de jogo do Payaso descortina a desmarcação da Pantera. Pede-se um passe em profundidade para a velocidade do hondurenho. Mas a bola dirige-se para o pior pé do argentino, o esquerdo. A solução? Um espectacular passe de letra, una rabona, de primeira, com precisão milimétrica! Suazo arranca atrás de Danilo e bate-o em velocidade. Grégory vem dobrar o colega, mas o hondurenho muda de direcção, iludindo o francês e "sentando" Danilo. Com a bola controlada, Suazo está à entrada da área, na cara de Nilson. O remate é forte, rasteiro e cruzado, para a direita do guarda-redes. Nilson ainda toca na bola, mas não há nada a fazer. Este lance está destinado a acabar em golo. E que golo!

Futebol é isto! Parece um cliché digno de um Jorge Jesus, mas por mais que a indústria deste desporto vá evoluindo, a verdadeira essência deste jogo nunca mudará!

domingo, novembro 02, 2008

Estrelas do futuro

Para qualquer verdadeiro adepto de futebol, descobrir novos talentos é um dos desafios mais aliciantes que se lhe pode colocar. O jogoteclado decidiu fazer esse exercício e elaborou um hipotético 11, constituído por jogadores sub-21 que começam a aparecer no mundo do futebol, mas que ainda não atingiram o reconhecimento de todos os adeptos.
É por esta razão que dele não constam estrelas como Sergio "Kun" Agüero (Argentina, At.Madrid, 02.06.1988 - 20 anos) ou Anderson (Brasil, Manchester United, 13.04.1988 - 20 anos), por exemplo.

Assim sendo, aqui estão 11 miúdos que prometem vir a tornar-se verdadeiros craques. Para tal basta que aproveitem o enorme potencial que já demonstraram possuir.

GR: Joe Hart (Inglaterra, Manchester City, 19.04.1987 - 21 anos)
DD: Rafael da Silva (Brasil, Manchester United, 09.07.1990 - 18 anos)
DC: Jonny Evans (Irlanda do Norte, Manchester United, 03.01.1988 - 20 anos)
DC: Sidnei (Brasil, Benfica, 23.08.1989 - 19 anos)
DE: Gareth Bale (País de Gales, Tottenham, 16.07.1989 - 19 anos)
MC: Denílson (Brasil, Arsenal, 16.02.1988 - 20 anos)
MC: Sergio Busquets (Espanha, Barcelona, 16.07.1988 - 20 anos)
MO: Alan Dzagoev (Rússia, CSKA Moscovo, 17.06.1990 - 18 anos)
AV D: Theo Walcott (Inglaterra, Arsenal, 16.03.1989 - 19 anos)
AV E / PL: Mario Balotelli (Itália, Inter, 12.08.1990 - 18 anos)
PL: Bojan Krkic (Espanha, Barcelona, 28.08.1990 - 18 anos)

Possivelmente já estarão familiarizados com alguns destes jogadores, não apenas de nome, mas por já conhecerem aquilo de que são capazes, dentro de campo. Mas relativamente a outros, o desconhecimento será (quase) total.
Como tal, oportunamente o jogoteclado apresentará cada um deles de forma mais detalhada.

E para terminar, aqui fica o desafio aos leitores para que identifiquem também os seus wonderkids de eleição, sejam eles referidos neste post ou então quaisquer outros que estejam a despontar pelos relvados do planeta.

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