domingo, outubro 31, 2004

NBA - Divisão Sudeste

NBA. Conferência Este

Divisão Sudeste (Southeast Division)

Esta divisão vai ser totalmente dominada pelas equipas da Florida. E tal como nas eleições presidenciais americanas, na Florida nunca se sabe quem vai ganhar. Miami Heat ou Orlando Magic? Eu apostaria nos Heat, por uma razão muito simples: Shaquille O'Neal. E como dos fracos não reza a história, durante a época pouco se falará de Atlanta Hawks, Washington Wizards e da novel equipa, Charlotte Bobcats.

Em Miami, a excitação é enorme. As saídas dos titulares Lamar Odom, Brian Grant e Caron Butler para os Lakers não preocupam, pois de Los Angeles chegou Shaquille O'Neal. Não chegará para o título, provavelmente não dará sequer para alcançar a final da Conferência, mas Shaq, Dwyane Wade e Eddie Jones prometem espectáculo.

Os Orlando Magic viram sair Tracy McGrady, o melhor marcador da Liga, para Houston. Tyronn Lue e Juwan Howard acompanharam-no. Drew Gooden foi para Cleveland. Ou seja, 4 dos melhores jogadores foram embora. Daqui é fácil concluir que a pior equipa de 2003-2004 foi sujeita a uma remodelação profunda. Mas chega de más notícias. Dos Rockets vieram Steve Francis, Cuttino Mobley e Kelvin Cato. O atirador Hidayet Turkoglu chegou dos Spurs e Tony Battie dos Cavaliers. Os Magic tiveram direito à 1ª escolha do draft, com a qual seleccionaram Dwight Howard. Dava para formar uma equipa competitiva, mas faltava algo. E eis que parece que 2004-2005 será a época de regresso de Grant Hill ao mais alto nível, a confiar nas boas indicações da pré-temporada, ele que fora utilizado regularmente pela última vez em 1999-2000, ainda em Detroit.

Em Atlanta, outra remodelação profunda. Saíram o estratega Jason Terry (Dallas), o atirador Bob Sura (Houston), Stephen Jackson (Indiana) e Alan Henderson (Dallas), todos eles titulares. Entraram Antoine Walker (ex-Dallas) e Al Harrington (ex-Indiana), que podem constituir uma excitante dupla de extremos, mas não só. Foram igualmente adquiridos veteranos de qualidade, como Tony Delk (ex-Dallas), Jon Barry (ex-Denver), Kenny Anderson (ex-Indiana) e Kevin Willis (42 anos, o mais velho da Liga, ex-San Antonio). Com alguma sorte à mistura, pode ser possível lutar pelo playoff.

Em Washington mora uma equipa jovem, com potencial, cuja estrutura não foi muito alterada. Houve apenas uma mudança significativa, a troca da principal figura da equipa. Um negócio com Dallas permitiu adquirir Antawn Jamison, por troca com Jerry Stackhouse. De resto, Gilbert Arenas (um base em evolução constante), Kwame Brown (ex-nº1 do draft, 1º jogador a alcançar tal desiderato sem nunca ter passado pela Universidade, mas que nunca justificou a aposta pessoal de Michael Jordan em si) e o high-flyer Larry Hughes, podem ajudar a formar um 5 interessante, mas pouco mais que isso.

Finalmente, os Charlotte Bobcats, que se vão estrear na Liga. Evitar o pior registo da NBA já será uma vitória, para uma equipa dependente de Emeka Okafor, nº2 do draft. Será curioso analisar a prestação de Gerald Wallace, que mostrou potencial em Sacramento, mas onde nunca foi 1ª escolha, ao contrário do que acontecerá em Charlotte.

NBA - Divisão Central

NBA. Conferência Este

Divisão Central (Central Division)

Desta divisão fazem parte o campeão em título e a equipa com melhor registo na regular season de 2003-2004. Detroit Pistons e Indiana Pacers são os únicos favoritos ao título da Central e os principais candidatos a alcançar a final da Conferência Este. Os Cleveland Cavaliers estarão até final na luta pelo playoff, enquanto que Chicago Bulls e Milwaukee Bucks certamente não chegarão à fase final da temporada.

Campeões em título, os Pistons não mexeram no 5 inicial. Chauncey Billups, Richard Hamilton, Tayshaun Prince, Rasheed Wallace e Ben Wallace vão procurar o back-to-back (2 títulos consecutivos), este ano sem a companhia de Mike James (Bucks), Corliss Williamson (76ers) e Mehmet Okur (Jazz). As saídas destes foram muito bem colmatadas com as aquisições de Ronald Dupree (ex-Bulls), Antonio McDyess (ex-Nuggets), Derrick Coleman (ex-76ers) e Carlos Delfino, um campeão olímpico que já fora escolhido no draft em 2003 mas que só este ano chega à NBA. Este ano pode ser ainda marcado pela explosão de Darko Milicic, uma das primeiras escolhas do draft de 2003, mas que pouco jogou na sua época de rookie.

Os Indiana Pacers continuam a ser uma equipa forte, tal como na época passada. A chegada de Stephen Jackson (ex-Hawks), fundamental no título dos Spurs em 2002-2003, adiciona experiência a um conjunto jovem, com muito talento e potencial, liderado pelo veteraníssimo Reggie Miller. Contudo, para tal os Pacers tiveram que abdicar de Al Harrington, outro jovem talentoso, que fez o percurso inverso. Destaque ainda para mais 2 jovens: Jermaine O'Neal e Ron Artest, o melhor defensor da NBA em 2003-2004.

Os Chicago Bulls continuam a sua travessia do deserto, iniciada com o fim da era Jordan. Este ano voltam a ter uma equipa muito jovem, com alguma qualidade, mas com pouca experiência. Kirk Hinrich, Tyson Chandler e Eddy Curry serão este ano acompanhados por Ben Gordon (nº 3 do draft), Luol Deng (7ª escolha do draft) e Andres Nocioni (campeão olímpico e vice-campeão mundial em 2002, pela Argentina). Com 2 ou 3 veteranos de qualidade, os Bulls podem voltar ao playoff dentro de 2 / 3 anos. Por enquanto, não dá.

Os Cleveland Cavaliers são a equipa de LeBron James. Apesar de não possuírem nenhum outro elemento que faça a diferença, os Cavs podem aspirar ao playoff, pois é preciso ter em conta jogadores como Jeff McInnis, Zydrunas Ilgauskas, Drew Gooden (ex-Magic) e Eric Snow (ex-76ers). Porém, os Cavs podem acusar a saída de Carlos Boozer (para Utah), que muita falta fará no jogo interior.

Os Milwaukee Bucks são na minha opinião a equipa mais fraca da divisão. Longe vão os tempos do run and gun de Sam Cassell, Ray Allen e Glenn Robinson. Num plantel fraco, realce para Michael Redd, Keith Van Horn, dono de um palmarés impressionante no basquetebol universitário mas que nunca correspondeu às expectativas na NBA, e Mike James, campeão pelos Pistons em 2003-2004 (era o suplente de Billups).

NBA - Divisão Atlântico

NBA. Conferência Este

Divisão Atlântico (Atlantic Division)

Esta divisão apresenta-se claramente como uma divisão composta por equipas go-to-guy. Isto é, cada equipa tem um líder incondicional, que em princípio estará encarregue de resolver situações de aperto. Mais curioso ainda é o facto de cada equipa possuir igualmente nas suas fileiras um 2º jogador que poderá fazer a diferença. Tendo isto em conta, há um joker que poderá desequilibrar: Alonzo Mourning.

Comecemos pelos Boston Celtics, liderados por Paul Pierce. A contratação do veterano base Gary Payton (ex-LA Lakers) pode ajudar a última equipa da Conferência Este a chegar aos playoffs na época passada a manter esse estatuto. Num conjunto de jogadores que não registou nenhuma baixa de vulto, destaque ainda para o poste Raef LaFrentz.

Já os New Jersey Nets são favoritos a vencerem a divisão. Ron Mercer (free agent ex-Spurs) e principalmente Richard Jefferson serão os principais destinatários das fantásticas assistências do líder Jason Kidd, que manifestou durante o defeso o desejo (não correspondido) de abandonar a equipa. É importante salientar o possível regresso de Alonzo Mourning à competição, depois de jogar apenas 12 partidas na época passada e falhar toda a anterior devido a problemas físicos. Se conseguir jogar ao seu nível, “Zo” dominará as tabelas nesta divisão. Realce para as saídas de Kerry Kittles (Clippers), Rodney Rogers (Hornets), mas fundamentalmente do poderoso Kenyon Martin (Nuggets).

Os New York Knicks procuram recuperar o prestígio do passado. A Stephon Marbury e a outros nomes como Allan Houston, Anfernee Hardaway e Kurt Thomas, juntam-se este ano, provenientes dos Bulls, o ressaltador Jerome Williams e o base de enorme potencial Jamal Crawford. Como contrapartida, dos Knicks saiu o veterano e exímio defensor Dikembe Mutombo. Prevêem-se uns Knicks velozes, a apostar no contra-ataque e no jogo exterior.

Os Philadelphia 76ers de Allen Iverson falharam os playoffs em 2003-2004, algo que penso que se irá repetir este ano. Iverson, o “Big Dog” Glenn Robinson e o campeão, suplente em Detroit, Corliss Williamson provavelmente não serão suficientes para alcançar a postseason, até porque saíram o veterano Derrick Coleman (trocado por Williamson) e Eric Snow (Cavaliers).

Finalmente, em Toronto mora a equipa do espectacular Vince Carter, senhor dos afundanços mais impressionantes da Liga. O extremo enfrentou alguns problemas físicos na época passada e, tal como Kidd nos Nets, expressou o desejo de sair. Como tal e mesmo contando com a ajuda do atirador Jalen Rose, os Raptors não deverão fugir ao último lugar do Atlântico.

Sendo assim, e assumindo todos os riscos inerentes à realização de um exercício deste tipo, diria que os Nets e os Knicks disputarão o título do Atlântico, que os Celtics vão lutar pelo playoff e que 76ers e Raptors dificlmente fugirão ao fracasso.

sexta-feira, outubro 29, 2004

I love this game

NBA

A época regular da NBA inicia-se na próxima 3ª feira, dia 2 de Novembro. Este vai certamente ser um ano interessante, pois especula-se sobre a possibilidade de se confirmar uma "mudança do poder" do Oeste para o Este. Todo o período pós-Jordan foi dominado por equipas da Conferência Oeste, principalmente os San Antonio Spurs (do já retirado David Robinson e de Tim Duncan) e os Los Angeles Lakers (de Shaquille O'Neal e Kobe Bryant). Contudo, em 2003-2004, quando se esperava que o título ficasse novamente no Oeste, os Detroit Pistons arrebataram-no surpreendentemente, destruindo os Lakers na final. Era o fim de uma era, que levou inclusive ao desmantelamento da equipa que fora tri-campeã.

Mas poderá isto ser considerado uma "mudança de poder"? O título dos Pistons pode perfeitamente ter sido um acaso. Os Lakers eram certamente a única das melhores equipas do Oeste que os Pistons conseguiriam derrotar. Porém, há um factor determinante que pode levar a balança a pender definitivamente para Este: a transferência de Shaquille O'Neal dos Lakers para Miami. Shaq ainda é o jogador mais dominante da Liga, aquele que ninguém consegue parar quando está no topo da sua forma.

Assim, com Shaq em Miami, com os Pistons a retocarem exemplarmente a estrutura campeã, com os Indiana Pacers a quererem mostrar que o melhor registo da época regular de 2003-2004 não foi obra do acaso e com os Orlando Magic a construírem um 5 inicial fortíssimo (pelo menos no papel, tendo em conta a recuperação de Grant Hill, que tem dado boas indicações na pré-época), é mesmo possível que a hegemonia do Oeste seja novamente contrariada.

Até ao início dos jogos, o jogoteclado.blogspot.com irá efectuar uma breve antevisão daquilo que poderá acontecer, analisando cada uma das 30 equipas, divisão a divisão.

Como nota de rodapé, importa referir que a entrada dos Bobcats, sediados em Charlotte, provocou uma alteração no ordenamento das equipas. Existem agora 6 divisões (em vez de 4), compostas por 5 equipas cada, divididas pelas 2 Conferências, não se registando qualquer alteração no modo de apuramento para os playoffs (apuram-se as 8 equipas com melhor registo em cada Conferência).

terça-feira, outubro 26, 2004

Man Utd 2 - 0 Arsenal: o fim da invencibilidade

Premier League. 10ª jornada. 24/10/2004

Ao fim de 49 jogos sem perder no campeonato inglês, o Arsenal foi finalmente derrotado. Perdeu em Old Trafford, frente ao Manchester United, provavelmente o último adversário com quem desejaria perder e provavelmente o adversário que mais queria quebrar essa série.

Man Utd
(Carroll; G.Neville, Ferdinand, Silvestre e Heinze; Ronaldo, P.Neville, Scholes e Giggs; Rooney e Van Nistelrooy)

O Man Utd jogou quase na máxima força. Apenas Keane ficou de fora, por não recuperar de uma constipação. Foi substituído por Phil Neville, depois de já terem sido testados naquela posição O'Shea, Kléberson, Fletcher, Djemba-Djemba e Miller. A sucessão do temperamental capitão irlandês parece ainda não estar devidamente solucionada.

Rio Ferdinand foi o capitão. São pormenores como este que reflectem a sua importância na equipa e que permitem avaliar o quanto a equipa se ressentiu durante a sua longa ausência. Históricos como Giggs, Scholes e os manos Neville foram titulares, mas ainda assim foi o central que assumiu a braçadeira em detrimento de jogadores com mais de uma década de casa. Resta salientar que Ferdinand realizou uma exibição brilhante, sendo fundamental na 2ª parte, fase de maior assédio do Arsenal, que intensificou ainda mais a sua pressão após sofrer o 1º golo aos 73'.

Apesar do início de época titubeante, com apenas 11 golos marcados em 10 jornadas, o Man Utd volta a contar nas suas fileiras com 4 pontas-de-lança de alto nível. Van Nistelrooy, Rooney, Smith e Saha prometem reeditar as façanhas de Cole, Yorke, Sheringham e Solskjaer (este ainda no clube, a recuperar de uma lesão gravíssima). No jogo que ditou o fim da magnífica série dos gunners, Van Nistelrooy abriu o activo na marcação de uma grande penalidade a castigar falta (inexistente) de Sol Campbell sobre Rooney; e o prodígio inglês fechou o resultado nos descontos, desviando para a baliza um cruzamento da direita de Smith, que fora desmarcado por Saha.

Arsenal
(Lehmann; Lauren, Kolo Touré, Campbell e Ashley Cole; Ljungberg, Vieira, Edu e Reyes; Bergkamp e Henry)

O Arsenal não somou qualquer ponto em Manchester, mas deixou a sua imagem de marca na partida, imagem essa que lhe permitiu vencer inúmeras partidas ao longo desta interminável série. Procurou sempre explanar um futebol ofensivo, maioritariamente na 2ª metade, depois de uma 1ª parte quezilenta e mal jogada.

Apesar da derrota, nota-se que o futebol do Arsenal é mais fluido, mais técnico, mais incisivo que o do Manchester United, que joga mais em força e com o coração. O Arsenal tem agora 8 pontos de vantagem sobre o seu adversário desta jornada, que vai procurar capitalizar esta redução da diferença pontual, sobretudo a nível psicológico, onde os red devils levam vantagem sobre o Arsenal. Relembre-se que esta diferença de mentalidades foi fundamental na recuperação do Man Utd em 2002-03, que lhe permitiu ultrapassar o Arsenal nas últimas jornadas e vencer o título. Convém não esquecer o Chelsea, neste momento a 2 pontos do Arsenal.

Registe-se a existência de confrontos no final da partida entre elementos das 2 equipas, tal como acontecera na época passada. Desta vez, até food fight houve. Ferguson foi atingido com... sopa (?!), um dos elementos da equipa médica do Man Utd acabou a sangrar do nariz e foi instaurado um processo a Van Nistelrooy por suposta agressão a Ashley Cole durante a partida, com base nas imagens televisivas. Parecem cenas retiradas de um qualquer campo da SuperLiga...

segunda-feira, outubro 25, 2004

Semelhanças entre os grandes

SuperLiga

À 7ª jornada foi de vez: os três grandes ganharam todos na mesma jornada.

O Benfica manteve a liderança, vencendo justamente o Nacional. A 1ª parte foi péssima, culpa de um Benfica desinspirado, órfão de Nuno Gomes, mas principalmente de Petit. O Nacional procurou o antijogo desde o início, mas ainda provocou alguns calafrios ao sempre ansioso público benfiquista. Na 2ª parte, o Benfica subiu de rendimento, tal como já tinha acontecido frente ao Porto e a dupla Karadas-Sokota resultou finalmente, mas com uma pequena nuance: a entrada de Sokota levou Karadas para a esquerda, passando Simão a ser o organizador de jogo. Colocar o norueguês na esquerda parece-me descabido, mas Karadas compensou as limitações com o seu espírito combativo. Marcou um golo fantástico (à McCarthy...) e cotou-se, na minha opinião, como o melhor em campo, não só pelo golo, mas pelo que correu e lutou. Finalmente, uma referência ao árbitro Mário Mendes. Depois de tudo o que se disse, e com razão, sobre Olegário Benquerença, acho que Mário Mendes esteve muito pior. Olegário apenas errou em lances capitais e tem atenuantes (o grau de dificuldade da partida, as dúvidas que os lances ainda levantam depois de tantas e tantas repetições televisivas). Já Mário Mendes foi bastante conivente com o antijogo do Nacional e cometeu um erro técnico gravíssimo, ao validar um golo marcado num livre indirecto que entrou directamente na baliza.

O Porto derrotou facilmente um Penafiel sem argumentos, no Dragão. McCarthy bisou nos primeiros 25 minutos e depois bastou aos campeões gerir o esforço e a partida em si. O sul-africano continua a facturar, colou-se a Liedson na liderança da tabela dos melhores marcadores e é já a principal referência do ataque portista, reforçado este ano com Luís Fabiano e Hélder Postiga. Relembre-se que McCarthy esteve com um pé fora do FC Porto no início da época. Que seria da equipa se ele tivesse saído?

O Sporting alcançou a 2ª vitória consecutiva, ante um Belenenses pouco ambicioso que desiludiu bastante. Apesar disso, o Sporting apenas chegou ao golo nos minutos finais, na sequência de um canto, através do incontornável Liedson, na minha opinião o jogador mais decisivo da SuperLiga. Contudo, há que realçar o mérito de José Peseiro nesta vitória. Beto lesionou-se perto do final da 1ª parte e foi substituído ao intervalo. Peseiro podia ter colocado Miguel Garcia, derivando Enakarhire para o centro, mas não o fez. Arriscou. E fez bem. E resultou. Tal como eu sugerira após o jogo com o Estoril, Rogério pode perfeitamente ocupar a lateral direita neste tipo de jogos, dando lugar a um jogador mais criativo na frente, no caso Danny. Douala voltou a ser importante, Hugo Viana confirmou a subida de forma e destaque ainda para a aposta em Carlos Martins, que merece mais oportunidades.

Veremos se no próximo fim-de-semana os três grandes conseguem repetir a proeza de vencerem todos, desta vez extramuros. O Benfica visita o "lanterna vermelha" Gil Vicente, o Porto vai à Madeira enfrentar o Nacional e o Sporting regressa ao Norte, mais precisamente a Penafiel, depois de duas vitórias alcançadas na zona de Lisboa e frente a duas equipas também da zona de Lisboa. Se me é permitido fazer um pouco de futurologia, acho que o Totobola da próxima semana vai registar três símbolos 2 nestes jogos.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Quem de 7 tira um Olegário, fica com 1

SuperLiga

O Porto foi ganhar à Luz, batendo o Benfica por 0-1. Clássico intenso, por vezes espectacular (o que para mim foi uma surpresa), com poucos golos (o que era esperado) e com muitos, muitos casos e polémicas (estavam à espera de quê?).

1º) O Porto demonstrou claramente, na 1ª parte, que tem jogadores mais talentosos, mais criativos, mais habituados a ganhar. Em suma, melhores. Isto é indesmentível. Na minha opinião, mesmo com aqueles percalços de início de época, sempre foram os principais candidatos ao título, por muito que isso me custe.

2º) O Benfica demonstrou claramente, na 2ª parte, que tem jogadores mais combativos, mais entrosados, com maior sede de vitórias. Em suma, tem mais equipa. Também me parece indesmentível, por enquanto.

3º) Por muito que o Porto seja melhor; por muito que tenha dado um "banho de bola" ao Benfica na 1ª parte; por muito que cheirasse a golo portista desde o início; o Porto não devia ter levado da Luz sequer um ponto. Porquê?
- Porque a partir do golo limitaram-se a defender (à excepção de 2 ou 3 contra-ataques), o que é manifestamente pouco para um campeão europeu cujos responsáveis se consideram muito acima do Benfica;
- Porque, e parafraseando José Veiga, "isto foi um roubo". Um frango do Baía (mais um...) não validado e pelo menos um penalty claríssimo sobre o Karadas (aos 2' da 2ª parte, podia ser o 1-1 e o Seitaridis levava o 2º amarelo) não assinalado. O Porto não precisa disto para ganhar, mas lá que eles gostam mais de ganhar assim, lá isso gostam. E além disso, já estão habituados.

Mas se eu até percebo que o Porto se tenha resguardado depois do golo (apesar de ter recuado em demasia na 2ª parte, o que quase lhe custou a vitória), já não concebo tantos erros gravíssimos da arbitragem e sempre para o mesmo lado. Eu sou da opinião que no final do campeonato, os 3 grandes costumam ter o saldo da arbitragem mais ou menos equilibrado. Mas isto só se verifica nos jogos contra o resto das equipas. Porque nos jogos entre os 3 grandes, o Benfica tem sido claramente prejudicado nos últimos anos.

Relembrando:
- Benfica-Sporting e Sporting-Benfica de 2001-02. O jogo da Luz é o célebre dos 2 golos do Jardel nos últimos 5 minutos, um de penalty mal assinalado e outro em falta sobre o João M. Pinto; em Alvalade outro penalty fantasma no último minuto a dar o empate ao Sporting;
- Benfica-Sporting de 2002-03, aquele no Jamor em que o Zahovic andou a correr atrás do João Pinto;
- Benfica-Sporting da época passada, em que o Pedro Proença inventou aquele penalty do Moreira sobre o Silva aos 8', depois de não ter expulso o Miguel Garcia logo no 1º minuto.
- agora este Benfica-Porto, já para não falar daquilo que se passa todos os anos cada vez que o Benfica vai ao Porto.

P.S.: Há pelo menos 3 anos que defendo a instalação de sensores nas balizas, para evitar estas confusões do "entrou, não entrou". "Mais nenhum desporto tem isso!". É mentira, no hóquei no gelo cada vez que o disco entra, há um sinal sonoro e luminoso. "É muito caro!". Então que seja um requisito apenas dos campos da SuperLiga e que pague a LPFP, que só teria a ganhar com esta medida. "Isso nunca foi testado!". Então testem, porque é muito mais útil que o spray para delimitar o local da barreira usado no Brasil, por exemplo.

domingo, outubro 17, 2004

É o futebol que temos em Portugal...

Acho incrível como é que um jogo de futebol pode levantar tanta polémica... Será que os dirigentes dos clubes não compreendem que isto é apenas um jogo?! É uma falta de civismo incrível... A culpa não é só destes, é também dos media que lhes dão demasiada importância... num país com tantos problemas por resolver e com tantas outras coisas que podem ser notícia, a única coisa de que se houve falar é das polémicas e das "bocas" entre os dirigentes de porto e benfica. Às vezes o menos importante até parece ser o jogo em si... mas pronto...
Esperemos que ao menos seja um bom jogo, com muitos golos, emoção até ao fim... e já agora com FAIR PLAY!
Penso que este seria o jogo ideal para que os adeptos demonstrassem que no futebol nem tudo é mau e que o desportivismo também existe mesmo quando se trata de um dos grandes clássicos do futebol português.

Que ganhe o melhor!

Peseiro resiste mais uma semana

SuperLiga

Finalmente o Sporting lá ganhou para o campeonato. E logo por um concludente 1-4, no Estoril.

Mais uma vez, o Liedson foi fundamental. Mais uma vez, o Douala mostrou que é titular de caras. Mas se isto não é novidade, ontem surgiram duas situações novas: o Hugo Viana exibiu-se, finalmente, a um nível muito aceitável, sendo decisivo para o desfecho da partida; e o Rochemback voltou a ser pedra basilar no meio-campo leonino, ao lado do Custódio, que parece ter convencido definitivamente o Peseiro.


Não é segredo para ninguém que o Roca é fundamental para o Sporting. Com ele, o Sporting ganha maior poder de choque e de remate. Ganha mais atitude, mais vontade de ganhar. Resumindo, ganha mais talento e qualidade.

Para finalizar, uma nota. Parece que o Sporting encontrou um onze base, em torno do qual pode vir a construir boas exibições e bons resultados. A mim parece-me que é adequado para jogar fora, mas que se pode tornar pouco elástico a jogar em casa, contra equipas que se fechem muito. Nessas alturas, talvez o recuo do Rogério para lateral direito, para o lugar do Enakarhire, e a entrada de um jogador mais criativo para o meio-campo possa resultar melhor. Em última análise, porque não o 4-2-3-1, com o Douala e o Paulo Sérgio nas alas?

quinta-feira, outubro 14, 2004

A outra face

Apuramento para o Mundial 2006

Espectacular! Absolutamente fantástico! 7-1 à Rússia?!
Se exercemos o direito de criticar (justamente) a Selecção depois do empate no Liechtenstein, agora também temos o dever de a elogiar após a magnífica exibição contra os russos.

Felizmente fui um dos cerca de 27000 privilegiados que assistiu ao jogo ao vivo, em Alvalade. A tristeza que carregava desde o Europeu, pelo facto de não ter visto, in loco, nenhum jogo de Portugal, apagou-se completamente. Dei por muito bem empregue o tempo e, já agora, os 10 € do bilhete.

Os jogadores estiveram todos bem, à excepção do Paulo Ferreira. Mas tenho que destacar as excelentes exibições do Ricardo Carvalho (que safou algumas bolas perigosas logo no início, ainda com 0-0), do Cristiano Ronaldo (que continua a melhorar no capítulo do remate), mas sobretudo do Deco.


O mágico esteve genial! Na minha opinião, é o principal candidato a ganhar a Bola de Ouro, apesar de já sabermos que estes prémios são atribuídos quase sempre em função de jogadas de bastidores. Ou seja, na prática, o Deco não é o principal candidato, mas sim aquele que merece ser o principal candidato.

P.S.: Só uma ligeira provocaçãozinha. O Simão marcou um golo e o Petit bisou. Bom prenúncio para Domingo?

segunda-feira, outubro 11, 2004

Tenham vergonha!

Apuramento para o Mundial 2006

Portugal empatou no Liechtenstein. Estes rapazes que vivem entrincheirados no meio da Suiça nunca tinham pontuado num jogo de apuramento para o Mundial. Se dúvidas houvesse quanto ao que a Nossa Selecção alcançou em Vaduz, agora já não é preciso dizer mais nada.

O que é que o Ricardo ainda está a fazer na baliza da Selecção?! O Scolari devia olhar para a Selecção Inglesa, onde o Eriksson finalmente tirou o David "Calamity" James da equipa. O Ricardo já falhou vezes demais. Está na altura de apostar no Moreira, indubitavelmente o melhor guarda-redes nacional do momento. E o que dizer da convocatória do Quim? Foi quase tão absurda como aquela do Bruno Vale! Suplente no Benfica, suplente na Selecção... Se é assim, qualquer dia vemos o Areias como suplente do Jorge Ribeiro na Selecção...

Passemos à defesa. Mais uma vez, o Paulo Ferreira enterrou a equipa. Já não é a primeira, nem a segunda vez. Ainda todos nos lembramos do jogo de abertura do Euro, no Dragão, com a Grécia. Bem sei que o Miguel estava lesionado, mas se agora não jogar com a Rússia, é porque o Scolari deve querer agradar ao Mourinho, já que não vai lá ver os jogos do Chelsea.

No meio-campo, continuo a achar que o Petit devia jogar no lugar do Costinha, mas compreendo a decisão do Scolari e não a discuto exacerbadamente.

Os extremos são intocáveis, mas do ponta-de-lança já não posso dizer o mesmo. O Pauleta não me convence, apesar de ter marcado. Mas o Scolari não podia jogar com o Nuno Gomes sozinho na frente com o Liechtenstein e o Postiga nem tem jogado ultimamente no Porto. Daí que também perceba esta opção.

Finalmente as substituições. As poupanças para o jogo com a Rússia deram no que deram. Tira o Costinha ao intervalo e faz entrar o Tiago (porque não o Petit?). A seguir retira os extremos e acrescenta o 2º ponta-de-lança (porque não o Nuno Gomes, que é mais criativo que o Postiga, o que era necessário, já que os extremos saíram?). E claro que a entrada, agora sim, do Petit não se justificava nessa altura. Ou o colocava no lugar do Costinha, ou então não o punha com o Tiago e o Maniche. 3 trincos?! Parece o Sporting do Custódio, Rogério e Tinga (e olhem os resultados dessa escolha...)

P.S.: A Itália perdeu 1-0 na Eslovénia; a renovada Holanda empatou 2-2 na Macedónia (?!); a França voltou a empatar 0-0 em casa, agora com a Irlanda (depois de Israel); a Grécia continua sem ganhar ao fim de 3 jogos (1-1 na Ucrânia, o que até nem foi mau de todo) e a República Checa ganhou 1-0 à Roménia, com um golo de penalty. Só a Espanha e a Inglaterra ganharam com algum conforto (2-0 à Bélgica e ao País de Gales, respectivamente).

Afinal não somos só nós...

terça-feira, outubro 05, 2004

Estrelinha de campeão?

Após cinco jornadas de superliga, uma das conclusões que se pode tirar, é a de que indiscutivelmente, o benfica tem tido a sorte do jogo. Não é uma questão de as vitórias não serem justas, mas a verdade é que nos momentos chave da partida, o slb tem conseguido marcar os golos decisivos. E o melhor exemplo disto é sem duvida o golo conseguido em cima do final da partida diante do vitória de guimarães. Se bem me lembro, são raros os jogos nos ultimos anos em que o slb tem conseguido esta façanha, no entanto este ano as coisas parecem ter mudado. Não é por acaso que o slb vai em primeiro já com 4 pontos de vantagem sobre o porto e 8 (!) sobre o sporting.

Toda a nossa vida é recheada de pequenos momentos de sorte e de azar... no futebol ainda mais, pois são os pequenos pormenores que decidem as partidas... por um centimetro se marca um golo, por um centimetro se falha... E é nestes momentos que surge a tal "estrelinha de campeão". A pergunta que fica por responder até ao final é muito simples: será que a estrelinha está do lado do slb este ano?

Não me digam que o Peseiro ainda é o treinador...

SuperLiga

Mais uma grande exibição e um grande resultado do Sporting! Agora um empate em casa com o Leiria, que coloca a equipa de Alvalade um ponto acima da linha de água. Contudo, quem tenha visto o jogo com olhos de ver, terá que reconhecer que o Sporting ganhou um ponto e não perdeu dois. O Leiria foi claramente superior, teve mais situações de golo e aquele livre do Krpan à trave, aos 98 minutos... Já para não falar do golo do empate do Sporting, alcançado aos 93 minutos, depois de uma excelente jogada do Douala.

Para quem não saiba o 11 titular do Sporting de antemão, torna-se uma tarefa hercúlea adivinhá-lo. Para já, em todos os jogos há alterações. "Grande coisa", dirão vocês, "no Benfica é igual". Pois é, só que no Sporting há decisões inexplicáveis. Como é possível o Hugo Viana e o Pinilla serem titulares, se já todos sabem que um não vai jogar nada e vai sair ao intervalo e o outro não vai marcar golos e vai sair durante a 2ª parte (se não fôr ao intervalo)? Como é possível o Douala ser suplente, se já todos sabem que ele vai entrar e vai ser dos melhores da equipa? Será que o Danny e o Carlos Martins não merecem mais oportunidades?

Saúdo o regresso à titularidade do Custódio, jogador que aprecio bastante. E o regresso do Rochemback à SuperLiga. É óbvio que tem feito muita falta ao Sporting, mas é igualmente claro que lhe falta muito ritmo de jogo. Desde que os adeptos tenham paciência e que a equipa consiga transmitir tranquilidade, algo que será difícil neste Sporting. Não se pode exigir demasiado de um jogador que esteve parado 6 meses!

P.S.: Continuo a achar que o Peseiro não chega ao Natal. Agora começo a duvidar que chegue ao meio de Novembro...

Prova superada

SuperLiga

No seu 1º grande teste na SuperLiga, o Benfica venceu, com muita dificuldade, em Guimarães. Mas, apesar de apenas ter consumado a vitória aos 90 minutos, foi um justo vencedor.

A expulsão de Marco Ferreira, quase no final da 1ª parte, foi determinante para o desfecho da partida. Até então, o jogo tinha sido equilibrado e com poucas oportunidades de golo. A partir daí, o Benfica tomou conta do jogo, criou várias oportunidades e venceu com justiça, mantendo a liderança do campeonato e a vantagem de 4 pontos sobre o Porto, na véspera do clássico (17 Outubro, na Luz).

A arbitragem foi bastante criticada. Têm razão, foi realmente muito má. Mas eu não a vou comentar. Comentem-na vocês.

O Karadas ficou fora da convocatória. Decisão estranha. É óbvio que o norueguês é pouco dotado tecnicamente e revela dificuldades no entrosamento com os colegas. Só que, neste momento, tem mais golos marcados que o Sokota e o Nuno Gomes juntos, mesmo sem jogar um único minuto com o Bystrica, cá e lá.

Em 5 jornadas, o Benfica tem 3 golos sofridos (2 em Aveiro e 1 em Guimarães). Sofreu um golo de canto, outro de livre directo (em que a bola bateu no Miguel e traiu o Moreira) e outro num penalty inventado. A defesa mostra-se bastante sólida desde o jogo na Bélgica, algo a que não será alheio o regresso do Moreira, a titularidade do Ricardo Rocha (no lugar do Argel) e o grande momento de forma do Luisão. De qualquer maneira, acho que já se nota algum mérito do Trapattoni.

sexta-feira, outubro 01, 2004

Só passaram os rivais da 2ª Circular

Taça UEFA

Só Benfica e Sporting passaram à fase de grupos da Taça UEFA. Apuraram-se com justiça perante adversários bastante inferiores.

O Braga foi uma desilusão. Mesmo depois da derrota na Escócia, sempre pensei que dariam a volta em casa. Não conseguiram, por culpa de 2 golos sofridos muito consentidos.

As equipas da Madeira tinham missão quase impossível à partida. Depois da 1ª mão, havia ainda ténues esperanças para qualquer uma delas. Confirmou-se o pior cenário, mas louve-se a exibição do Marítimo, que veio a ser eliminado apenas nos penalties.

Benfica e Sporting foram incluídos no 2º pote da fase de grupos. Ou seja, evitam Villarreal, Auxerre, Schalke 04, Saragoça, Besiktas e Lille. No 1º pote estão Lazio, Parma, Feyenoord, Newcastle, AEK Atenas, Estugarda, Brugge e Rangers. Existem outros ossos duros de roer nos restantes potes. No 3º pote destacam-se Athletic Bilbao, Sevilha, Basileia e Middlesbrough. No 4º pote (que alberga o Hearts, carrasco do Braga), os mais perigosos serão Partizan, Steaua de Bucareste e Heerenveen. Finalmente, no último pote, as surpresas desagradáveis poderão vir, principalmente, de Ferencvaros, Standard de Liège e Egaleo (que eliminou o Gençlerbirligi).

O sorteio realiza-se na próxima 3ª feira, dia 5 de Outubro.

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