terça-feira, janeiro 25, 2005

Ovos moles docinhos, docinhos

SuperLiga

Depois de golear o Boavista e de alcançar os rivais na semana anterior, o Benfica tinha hipótese de se isolar na liderança da SuperLiga, ainda que à condição daquilo que Sporting e Porto fizessem no dia seguinte. E que melhor adversário que o Beira-Mar, que já vai no 3º treinador da época (que aliás é especialista em descer de divisão, até já conseguiu descer com duas equipas na mesma época). Fora a rábula do Chovanec, que vinha, não vinha, vinha e não veio mesmo.

Miguel, Luisão e Nuno Gomes já tinham voltado à equipa inicial, o moral estava em alta, o Mantorras já voltara aos golos e o Fehér foi homenageado antes do jogo. Só faltava o Manuel Fernandes, o que significava começar com 10 (Paulo Almeida voltou a fazer uma exibição regular... de irregularidade ou inconstância não o podem acusar, pois joga sempre o mesmo, ou seja, nada...). Nada que uma exibição q.b. não resolvesse.

Depois deste preâmbulo resta dizer que o Benfica perdeu. Outra vez. Em casa com o Beira-Mar. Outra vez, depois do 1º jogo oficial na nova Luz. E perdeu bem, "sem espinhas". O Beira-Mar defendeu melhor, atacou com mais objectividade, teve mais oportunidades. Em suma, foi melhor. Os 3 centrais anularam o Nuno Gomes e o Karadas (o Tanque Silva não será melhor que ele?); os laterais anularam o Simão, o Geovanni e o Carlitos (se bem que o Rui Óscar, que saiu lesionado ainda com 0-0, estava ter muitos problemas com o Simão); o Beto e o Murray meteram o Petit no bolso (sim, porque o Petit jogou sozinho no meio-campo durante o jogo todo); o McPhee e depois o Kingsley deram água pela barba ao Fyssas; o Ali impediu o Miguel de atacar; e do Tanque Silva nem é preciso falar: marcou 2 golos, falhou um fácil de cabeça e ainda ia marcando outro de meio-campo.

P.S.: Com tudo isto e depois do "Sá Pinto resolve" em Barcelos (absolutamente fantástico), só me resta dizer que para o derby da Taça só há um palpite possível. Vitória do Benfica, pois claro!

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Guess who's back

SuperLiga

Benfica 2 - 0 Boavista. Com o jogo resolvido, o público nas bancadas começa a pedir a entrada de Pedro Mantorras. Nuno Gomes bisa. O público intensifica o chamamento. A 10 minutos do fim, Álvaro Magalhães chama Mantorras. O público entra em estado de euforia. Nuno Gomes é substituído, aplaudido de pé, mas a ovação não se compara àquela que o angolano recebe assim que entra em campo.

Carlitos tem possibilidade de isolar Mantorras mas perde-se em fintas. É violentamente assobiado.

Mantorras tem uma boa oportunidade e enche o pé. A bola sai por cima. Ouve-se um "bruá" enorme...

Simão isola Mantorras. O angolano é mais rápido que um defesa do Boavista (salvo erro o Éder). Na cara de Carlos, o camisola 9 atira fora do alcance e faz golo. É o delírio naquele estádio! Não me lembro de ter vivido sensação semelhante na nova Luz. Fantástico!

P.S.: Foi muitas vezes assobiado e criticado, inclusivamente por mim, mas aplaudi-o de pé quando entrou e no final do jogo, tal como o resto do público. Volta sempre, Argel.

Dakar

Barcelona - Dakar

O jogoteclado não é só futebol. Daí que seja justo mencionar a brilhante prestação (mais uma...) do Carlos Sousa no Dakar. Abandonado pela Mitsibushi, o Carlos Sousa ficou em 7º na Geral, mas foi o melhor dos privados. Não se podia pedir mais. Continuo a acreditar que a vez dele irá chegar e que ele irá mesmo ganhar o Dakar. Que festa que seria aqui no Laranjeiro. Sim, porque não é só o Figo que é da minha terra...

O Stéphane Peterhansel bisou. Depois de nos últimos anos da década de 90 se ouvir falar muito dele na competição de motas, agora já leva 2 vitórias seguidas nos carros. Grande campeão, sem dúvida!

O lado negativo do Rali voltou a ser o falecimento de alguns participantes ou de pessoas de alguma forma envolvidas na competição. Por muito respeito que os restantes mereçam, destaco o Fabrizio Meoni, antigo vencedor por 2 vezes da prova de motas. Volta a desaparecer uma figura mítica da prova, depois do Kenjiro Shinozuka, no ano passado. É preciso tomar medidas para tentar salvaguardar as vidas humanas que se aventuram no Dakar.

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Um rei está de volta, mas o outro vai nu...

SuperLiga

Artur Jorge é o novo seleccionador dos Camarões. Vai orientar jogadores como Kameni, Lauren, Song, Atouba, Wome, Geremi, Djemba-Djemba, Olembé, Job e Eto'o. Se tem ou não a capacidade para levar a equipa ao Mundial 2006 é algo que me ultrapassa (e atenção porque os Camarões têm a vida muito difícil no seu grupo de qualificação). Só sei é que pelo menos estes ele não os pode vender. Quanto muito não os convoca, mas jogarem por outra selecção já não podem.

Curiosamente, este regresso ao activo do Artur Jorge leva-me a pensar no FC Porto, actual campeão europeu, façanha anteriormente apenas alcançada com "Rei Artur" no leme. Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Deco, Alenitchev, Pedro Mendes, Jankauskas, agora Derlei e Carlos Alberto. Já para não falar no incontornável José Mourinho. Em meio ano, o Porto conseguiu desmantelar uma equipa campeã, que passeava a sua classe em Portugal e ganhava títulos internacionais. Pior que isso, perdeu muito do espírito de conquista e do élan de vitória que construíu nas décadas de 80 e 90 e que reforçou no período-Mourinho. Agora, já nem no seu estádio conseguem vencer adversários do meio da tabela da SuperLiga.

Artur Jorge... desmantelar equipas campeãs... onde é que eu já ouvi isto...

Por estas e por outras é que o Sporting vai à frente depois do Natal. Por estas e por outras é que o Benfica só leva 3 pontos de atraso do 1º. Por estas e por outras é que temos um campeonato equilibrado...

domingo, janeiro 09, 2005

Notas soltas

SuperLiga

Após a realização do Sporting - Benfica, apraz-me tecer algumas considerações sobre os protagonistas.

Começando pelo homem do momento e também melhor em campo. Havia muita polémica à volta do Liedson. Joga, não joga? O Peseiro entendeu colocá-lo de início e eu acho que fez bem. Mas uma coisa é certa, o seu comportamento deve ser punido. E se a situação fosse com um Rogério ou um Pinilla, duvido que fossem convocados.

Quim ou Moreira? Moreira. O Quim efectuou em Alvalade defesas de alto nível, mormente a remates do Carlos Martins (defesa fantástica) e do Hugo Viana (num livre) mas, na minha opinião, estava mal colocado no lance do 1-0. Na altura do cruzamento proveniente do flanco esquerdo, o Quim dá um passo em frente que depois permite que a bola cabeceada pelo Liedson lhe passe por cima.

Mantorras voltou a jogar uma partida oficial, pouco mais de 2 anos depois. Entrou com garra, com vontade de correr, deu um nó cego ao Paíto e mostrou estar fisicamente recuperado, pelo menos aparentemente. Espero que seja de vez. Ele merece.

Carlos Martins. Talvez seja uma afirmação um pouco prematura. É definitivamente uma afirmação polémica. Mas ainda assim vou proferi-la. Carlos Martins é o sucessor do Rui Costa (eu sei que estou a esquecer-me do Deco, mas é um "esquecimento" premeditado, porque o Deco é de outro campeonato). Depois de Simão, Hugo Viana, Quaresma, Cristiano Ronaldo e Custódio, 2004/2005 marca a explosão definitiva de mais um craque leonino.

Que disparate do João Pereira no lance do 2-1. Tanto tempo que teve para aliviar a bola. E já agora, o Trapattoni poderia ter sido mais lesto a introduzir o Argel na partida após a expulsão do Alcides (relembro que o Fyssas deixou o Carlos Martins solto na área, porque estava a compensar a ausência de um central).

O árbitro. Não houve daqueles lances polémicos que por si só alteram o resultado, nomeadamente grandes penalidades ou dúvidas sobre bolas que ultrapassam a linha de golo ou não. Duarte Gomes esteve relativamente bem, não apitou a tudo, mas também não permitiu indisciplina nem violência. No golo do Benfica não há fora-de-jogo, o Rui Jorge é bem expulso, a falta sobre o Petit é claramente fora da área e o mesmo Petit não faz falta sobre o Sá Pinto, que se isolava (que mergulho...). Só falhou num lance. Quiçá decisivo. Alcides foi mal expulso. A falta já de si suscita dúvidas, mas Bruno Aguiar e João Pereira fechavam o caminho a Liedson. Talvez o árbitro não tenha resistido à ânsia, mesmo que de forma subconsciente, de equilibrar as forças, para que não o acusassem mais tarde de ter puxado para um lado. Mas não foi pelo árbitro que o Sporting ganhou.

sábado, janeiro 08, 2005

Derby sem polémicas e com vencedor justo

SuperLiga

O Sporting venceu com toda a justiça um Benfica amorfo e sem ambição. O resultado talvez tenha até pecado por escasso. Interessa agora dissecar os motivos que terão levado a partida a desenrolar-se com tais contornos.

O Benfica entrou "na retranca", à italiana. Não pelo facto de ter apresentado de início 3 médios na zona central, (de assinalar a titularidade de Bruno Aguiar em detrimento de Paulo Almeida, opção com a qual concordo). Aliás, teria sempre que ser assim, pois o Sporting possui um meio-campo muito forte, com 4 unidades que varrem a zona central do terreno de jogo, quer na horizontal, quer na vertical. Com efeito, o Benfica entrou com a nítida disposição de esperar pelo adversário. Para isso era necessário os médios circularem rapidamente a bola, para os extremos poderem utilizar a sua velocidade. Contudo, os 2 requisitos que sustentariam esta abordagem ficaram esquecidos no outro lado da 2ª Circular: qualidade de passe (nos médios) e inspiração (aos extremos).

À falta de ambição do Benfica, o Sporting juntou-lhe uma dinâmica assinalável, apanágio dos leões desde que José Peseiro estabilizou o onze-base. Assim, foi com naturalidade que o Sporting se adiantou no marcador, através de Liedson. Irónico... Primeiro o 5º amarelo com o Vitória de Guimarães, depois a antecipação do jogo da Taça e ainda as férias prolongadas...

Naturalmente, o Benfica reagiu. Como previsto, foi preciso o Sporting marcar para o Benfica encarar o jogo de frente. E depressa empatou, da única maneira que se vislumbrava. Desde o início que o Sporting jogava muito no fora-de-jogo. Mais cedo ou mais tarde, poderia resultar uma jogada e foi o que aconteceu. Nuno Gomes facturou e aproximou-se de Pinilla na tabela dos melhores marcadores, diminuindo para 1 golo a diferença entre ambos (2-1)...

O jogo equilibrou um pouco, sempre a pairar a maior vontade do Sporting em vencer. E eis que Rui Jorge é expulso. Então sim, nos últimos 10 minutos da 1ª parte, o Benfica controlou o jogo. Algo que eu esperava que se mantivesse na 2ª parte. Porém, o recomeço trouxe a pior fase do jogo. O Sporting, com a entrada de Paíto, reequilibrou a sua estrutura e o Benfica manteve a toada de expectativa.

Alcides foi expulso e 2 minutos depois o Sporting adiantou-se no marcador, novamente pelo 31. João Pereira demorou uma eternidade a aliviar uma bola, Paíto recuperou-a, Rochemback cruzou para o 2º poste, onde Carlos Martins estava solto (Fyssas compensava no meio, pois Argel ainda não entrara). O médio parou no peito e rematou torto, mas Liedson desviou para as malhas. Depois de ter tido a felicidade do jogo, o Benfica encontrava-se agora numa situação precária.

Finalmente o jogo animou. As substituições partiram o jogo e o desgaste físico cerceou o discernimento. Finalmente houve 2 equipas simultaneamente a quererem marcar um golo. Até final houve oportunidades de golo para os dois lados, mas acabou por prevalecer o conjunto que mais quis e mais fez por ganhar.

sexta-feira, janeiro 07, 2005

Maxi López no SLB! Ou a 2ª edição do best-seller "Robinho"?

SuperLiga

Acabei de tomar conhecimento, via-online, que o 1º reforço a sério do Benfica nesta transfer window (o Roger não conta...) é Maxi López. A notícia foi dada na Argentina, ao que reporta a edição online d' "A Bola", processando-se nos seguintes moldes: um grupo de investidores ingleses paga 28 milhões de euros ao River Plate por Maxi López (ponta-de-lança), Lucho González (box-to-box) e Javier Mascherano (trinco). Maxi López vem agora para o Benfica, enquanto que os outros permanecem no River Plate até Junho, altura em que sairão para Porto e Chelsea, respectivamente. Já o Record Online dá a contratação como fechada, mas não adianta pormenores, excepto a duração do contrato (5 épocas e meia).


A minha reacção ao ler a notícia foi a de qualquer benfiquista. Primeiro, euforia. Depois, descrédito. Passo a explicar. A confirmar-se, esta é uma contratação excelente. Maxi López, jovem e possante ponta-de-lança argentino do River Plate, é mais um craque daqueles que despontam às dezenas na Argentina, a cada dois anos, aliás à semelhança dos outros dois acima referidos.

É claro que a seguir voltei à realidade. A percentagem de insucessos nas tentativas de contratações por parte de LFV e José Veiga é de tal forma elevada, que estamos sempre à espera que volte a falhar qualquer coisa. Uma coisa é certa, tal como Robinho, Maxi López não engana. Mas é óbvio que só acredito quando o vir na Luz, trajado com a papoila saltitante. E mesmo assim, já houve quem não ficasse (Rushfeldt).

Moreira / Quim, Miguel, Luisão, Ricardo Rocha (sem esquecer Alcides), Fyssas, Petit, Manuel Fernandes, Simão, Mantorras, Nuno Gomes e Maxi López... Será este ano?

P.S.: Se vier, já temos alcunha para ele: Super-Maxi. Fartos de Magnum e Cornetto estamos nós...

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